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TRECHO
'Os quase nove anos que Borges trabalhou na Biblioteca Miguel Cané
foram de ''firme infelicidade''. Os companheiros, com exceção
de um só, eram gente vulgar, interessada nas corridas, no futebol
e em histórias eróticas. Certa vez, uma leitora foi violada
no corredor que levava ao banheiro de 'damas' (...).
''Ironicamente, enquanto Borges era conhecido, respeitado e até
festejado no mundo intelectual, na biblioteca os companheiros o viam como
um traidor por não compartir piadas e risos obscenos. Um dia, um
deles encontrou numa enciclopédia um tal de Jorge Luis Borges e
ficou assombrado pela coincidência de nomes e de idade; não
lhe passou pela cabeça que esse era o homem a quem via todo dia."
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