São Paulo, 9 de Outubro de 1996


Críticos dizem que publicação é
oportunismo da viúva do escritor


Da Reportagem Local


A publicação do livro ``Borges en Revista Multicolor'' reavivou as críticas de setores da intelectualidade argentina à viúva de Jorge Luis Borges, a crítica literária Maria Kodama.
Os críticos mais afoitos a acusam de oportunismo, por estar, como herdeira do espólio do escritor, publicando obras que não constam de suas obras completas (editadas pela Emecé).
Segundo eles, Jorge Luis Borges não queria que essas obras fossem editadas.
Maria Kodama já publicou, depois da morte do escritor em 1986, ``El Tamaño de mi Esperanza'' (1993), ``El Idioma de los Argentinos'' (1994) e ``Inquisiciones'' (1994).
Desta vez, a viúva de Borges se antecipou às possíveis críticas de seus detratores.
No prefácio que escreve à edição de ``Borges en Revista Multicolor'' justifica a publicação dizendo que ela atende a uma aspiração dos estudiosos e dos leitores em geral ao colocar à sua disposição um conjunto de textos de difícil acesso.
Fundação Borges
Como parte do mesmo processo de autolegitimação intelectual, Maria Kodama acaba de criar em Buenos Aires a Fundação Internacional Jorge Luis Borges.
Localizada no tradicional bairro de Palermo, onde viveu o escritor, a entidade, aberta aos borgianos de todo o mundo, pretende promover seminários e eventos relativos à obra de Borges.
A casa abriga parte da biblioteca do autor e do mobiliário de sua residência. (José Geraldo Couto)

 


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