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Críticos dizem que publicação é
oportunismo da viúva do escritor
Da Reportagem Local
A publicação do livro ``Borges en Revista Multicolor'' reavivou
as críticas de setores da intelectualidade argentina à viúva
de Jorge Luis Borges, a crítica literária Maria Kodama.
Os críticos mais afoitos a acusam de oportunismo, por estar, como
herdeira do espólio do escritor, publicando obras que não
constam de suas obras completas (editadas pela Emecé).
Segundo eles, Jorge Luis Borges não queria que essas obras fossem
editadas.
Maria Kodama já publicou, depois da morte do escritor em 1986,
``El Tamaño de mi Esperanza'' (1993), ``El Idioma de los Argentinos''
(1994) e ``Inquisiciones'' (1994).
Desta vez, a viúva de Borges se antecipou às possíveis
críticas de seus detratores.
No prefácio que escreve à edição de ``Borges
en Revista Multicolor'' justifica a publicação dizendo que
ela atende a uma aspiração dos estudiosos e dos leitores
em geral ao colocar à sua disposição um conjunto
de textos de difícil acesso.
Fundação Borges
Como parte do mesmo processo de autolegitimação intelectual,
Maria Kodama acaba de criar em Buenos Aires a Fundação Internacional
Jorge Luis Borges.
Localizada no tradicional bairro de Palermo, onde viveu o escritor, a
entidade, aberta aos borgianos de todo o mundo, pretende promover seminários
e eventos relativos à obra de Borges.
A casa abriga parte da biblioteca do autor e do mobiliário de sua
residência. (José Geraldo Couto)
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