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CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
Indústria tecnológica rouba profissional de universidade
Químico é procurado em áreas como engenharia, petroquímica e farmácia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O campo da química -um
dos campeões em programas
de pós-graduação "stricto sensu" na área de ciências exatas e
da terra- tem três promissores
mercados de trabalho.
A expansão do ensino superior vinha turbinando o meio
acadêmico, mas ele tem perdido terreno para o mercado tecnológico público e privado.
"Engenharia, ciências farmacêuticas e vários outros setores
precisam de químicos", explica
Jairton Dupont, representante
de química na Capes.
O sistema privado de pesquisa é promissor. Na área petroquímica, por exemplo, não há
profissionais suficientes para
suprir a demanda, diz Dupont.
"O Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial] já
fez concurso quase que só para
doutores em química", conta.
A área de química do Inmetro foi criada em 2001 e, desde
então, cresce bastante, segundo
Paulo Roberto Rodrigues, coordenador de desenvolvimento
de RH da autarquia. "Nos próximos concursos, deveremos
abrir mais vagas para pesquisadores e pessoal de apoio", diz.
Ele destaca três setores: análise de estruturas de proteínas,
genômica e elaboração de material de referência na área forense, sobretudo na caracterização de drogas ilícitas.
Hoje, na diretoria de metrologia científica, por exemplo, os
químicos somam 17 servidores,
41 bolsistas e 13 contratados.
Desses, 35 são doutores.
"Necessitamos de mais profissionais na área", comenta
Rodrigues. A atuação deles é diversa. Na metrologia química,
esses profissionais produzem
materiais de referência certificados (padrões) para o bafômetro, por exemplo.
Campeão em notas sete na
avaliação da Capes -8 de 23-,
o setor de física tem nas telecomunicações seu campo de trabalho mais pródigo.
Anderson Stevens, representante da área na Capes, enfatiza
comunicações ópticas e equipamentos da área de saúde, como os de ressonância magnética, raios-X e tomografia óptica.
"A indústria do petróleo também tem se beneficiado da formação de profissionais em física", afirma Stevens.
Nicho experimental
No meio acadêmico, os nichos estão associados à pesquisa em diversas áreas experimentais e teóricas, que vão desde nanociência e nanotecnologia até ciências espaciais.
"Mais recentemente, e de
forma ainda incipiente, alguns
bancos têm contratado físicos",
exemplifica Stevens.
No triênio de 2004 a 2006,
foram formados em média 220
doutores e 320 mestres por
ano. Em 2006, foram 250 doutores e 360 mestres.
No momento, segundo Stevens, há muitos concursos nas
universidades para absorvê-los, além de programas de bolsas de pós-doutorado ou de fixação de doutores, como os da
Capes e do CNPq. "Mesmo não
sendo emprego, é uma excelente forma de fixar doutores."
Apesar disso, Stevens diz que
ainda gostaria que a indústria
brasileira fosse mais arrojada
na contratação de físicos. Para
ele, o mercado é muito concentrado no meio acadêmico.
"Para que o país usufrua economicamente do investimento
no ensino e na pesquisa, é necessário que haja indústrias
contratando físicos. O desenvolvimento tecnológico requer
a participação de pós-graduados, além de formação em nível
técnico, em áreas de fronteira
tecnológica", diz.
(RGV)
EM ALTA
Área petrolífera
Ensino médio
Exploração espacial
Materiais (engenharia e ciências
farmacêuticas)
Nanotecnologia
ONGs
Seguros
Sistema financeiro
Sistema privado
de pesquisa
ÁREAS*
Astronomia
Ciência da
computação
Física
Geociências
Matemática
Oceanografia
Probabilidade e
estatística
Química
* Que têm programas recomendados pela Capes
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