SETEMBRO de 1969.
O Brasil vivia sob a ditadura militar. E o Corinthians acompanhava esse nefasto período com um presidente [Wadih Helu] que ocupava o cargo havia 11 anos seguidos.
Éramos 16 jovens, de 14 a 20 e poucos anos. E nós queríamos o Brasil e o nosso querido Corinthians livres das suas ditaduras. Resolvemos fundar uma torcida, organizar o povão corintiano, com o objetivo de tentar implantar a democracia lá no Timão.
Fundamos a Gaviões da Fiel na garagem da casa do meu avô, emprestada para aquele grupo, que unia garotos do Bexiga, dos Jardins e da periferia, como é composta a nação corintiana.
Lealdade, humildade e procedimento era o nosso lema. O amor ao Corinthians e à liberdade nos unia.
Nós conseguimos derrubar a ditadura corintiana. Anos depois, a democracia também voltava ao Brasil. E demos a nossa contribuição. Os Gaviões eram a favor das Diretas Já e da anistia.
Dos 16 fundadores, guardo a lembrança de idealismo e coragem da nossa juventude.
Por amor ao Corinthians, já somos mais de 70 mil Gaviões. E, em liberdade, torcemos pelo Timão e pelo Brasil.