São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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Para deputados, renovação da Assembléia deve ser menor

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

As novas regras eleitorais, que restringiram os gastos em comunicação de campanha, criaram uma expectativa entre os deputados estaduais de São Paulo que buscam a reeleição: a de que a renovação da Assembléia Legislativa será menor do que a da disputa de 2002, quando 44 "novatos" foram eleitos.
O fato de a legislação proibir a colocação de cartazes nas ruas, a propaganda em outdoors, os showmícios e a distribuição de brindes, dizem, tira dos concorrentes desconhecidos a possibilidade de fixar seus nomes entre os eleitores.
Apenas a propaganda eleitoral gratuita, com uma infinidade de nomes e de rostos, não é considerado eficiente para lançar um candidato.
Os deputados que disputam a eleição, ao contrário, gozam de uma condição mais tranqüila. Com funcionários e escritórios políticos bancados pela Assembléia, eles tiveram os últimos quatro anos para agradar suas bases eleitorais.
Por conta disso, os parlamentares acreditam que a renovação da Assembléia não passe da casa dos 40%. De 35 a 38 cadeiras seriam abertas para os novos eleitos.
Atualmente, dos 94 deputados, 93 são candidatos à reeleição -apenas Maria Almeida Dantas (PRB) não irá tentar um novo mandato.
Em 2002, dos 74 deputados que tentaram se reeleger -50 conseguiram.
Os números da eleição de 1998 são similares aos da disputa de 2002. Dos que já eram parlamentares 50 foram reeleitos e 44 novos tomaram posse.
Um deputado estadual de São Paulo recebe hoje um salário bruto de R$ 12.847 bruto.
Levantamento feito pela Folha mostrou que os deputados estaduais de São Paulo que disputam um cargo neste ano tiveram, em média, uma evolução patrimonial de 40% nos últimos quatro anos.
Os bens declarados ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) somam R$ 90,6 milhões -um aumento de R$ 25,9 milhões em relação aos valores declarados na campanha de 2002.

Partidos
Em 2002, ainda na "onda vermelha" que levou o petista Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, a Assembléia Legislativa de São Paulo adquiriu uma nova configuração. O PT, por exemplo, passou de 13 para 23 deputados.
O bloco de sustentação do então governador tucano Geraldo Alckmin "emagreceu" consideravelmente. Após a eleição de 2002, o PSDB diminuiu de 24 para 18 cadeiras, o PTB, de 13 para seis, e o PFL, de nove para seis.
Atualmente, depois de muitas trocas de partidos, o PSDB e o PT têm 22 deputados estaduais cada um.
Os deputados acreditam que a divisão de forças, com diferentes partidos ligados aos tucanos ou aos petistas, será mantida na atual legislatura.


Colaborou ANDREA MURTA, da Redação

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