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SERGIPE
Petista usa interlocução com Lula para tentar superar PFL
PAULO ROLEMBERG
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
O candidato ao governo de
Sergipe Marcelo Déda (PT), 46,
já adotou o discurso de que será
um "interlocutor do governo
federal na região Nordeste", caso ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sejam eleitos.
Lula é padrinho de uma filha de
Déda e ambos são fundadores
do Partido dos Trabalhadores.
"Creio que, vencendo a disputa deste ano, levarei Sergipe
a aumentar a sua importância
no debate nacional. Buscarei
usar o prestígio político que alcancei para fortalecer a posição
do meu Estado e as reivindicações da nossa população."
As pesquisas indicam polarização entre Déda e o atual governador do Estado, João Alves
Filho (PFL). Ambos podem
vencer a eleição já no primeiro
turno, pois a soma dos demais
candidatos é ínfima.
Déda acusou o governador de
uso da máquina pública para
favorecimento de sua campanha à reeleição.
Uma das acusações rendeu
pedido de cassação de candidatura de Alves Filho, feito pelo
Ministério Público Federal, devido à utilização de ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)
estadual em desfiles, supostamente com fins eleitoreiros.
A assessoria do pefelista nega
a acusação, afirmando que o
desfile foi apenas um ato de governo. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) ainda está analisando o caso.
Os petistas, por sua vez, também foram alvo de acusações.
Alves Filho, em discursos feitos
em palanques, acusou Déda de
uso eleitoreiro da máquina. O
pefelista disse que, durante a
gestão de Déda como prefeito
de Aracaju, o petista contratou
shows superfaturados em inaugurações de obras públicas.
O tema da transposição das
águas do rio São Francisco também foi usado para criticar o
petista.
"Só agora esse mauricinho
[Déda], que está despencando
nas pesquisas, tem a cara-de-pau de dizer que é contra a
transposição, mas eu desmascarei Déda e Lula para todos os
sergipanos", disse o governador. "Todos viram Lula defendendo a transposição no Rio
Grande do Norte, e, no mesmo
dia, em Sergipe, garantindo que
a mesma era inviável."
A última bandeira levantada
pelo Alves Filho em sua campanha foi a construção de uma refinaria no Estado.
Ele assinou um protocolo de
intenções com investidores europeus e disse que a refinaria
em Sergipe estaria concluída
antes do que a da Petrobras, em
Pernambuco.
A polarização entre o pefelista e o petista foi tamanha na
campanha que não deu espaço
para que os outros candidatos
-João Fontes (PDT), Adelson
Chaves (PSDC), Toeta (PSTU)
e Professor Celestino (PCB)-
crescessem nas pesquisas.
Até mesmo o PMDB partiu
no Estado por conta da divisão
dos filiados no apoio ao PFL ou
ao PT para o governo.
Apesar de o partido ter fechado formalmente coligação com
o PFL para a reeleição de João
Alves, muitos peemedebistas se
desligaram do partido para
apoiar Déda. A crise levou o
partido a ter quatro presidentes em 40 dias.
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