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Filme marca retomada na década de 90
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
Em janeiro de 1995,
quando Carla Camurati
lançou "Carlota Joaquina"
(disponível em DVD), o cinema brasileiro começava
a sair de uma das piores
crises de sua história. Não
foi apenas uma derrocada
financeira, provocada pela
extinção, cinco anos antes,
dos órgãos estatais que regulavam e financiavam a
atividade (Embrafilme e
Concine).
Tratava-se, sobretudo,
de uma crise institucional,
em que os filmes nacionais
eram vistos com péssimos
olhos pela mídia, por boa
parte do público e, sobretudo, por distribuidores e
exibidores. A criação de
leis de incentivo fiscal para a cultura e o cinema, em
1993, forjou um novo modelo de financiamento para os longas-metragens
brasileiros. Os primeiros
resultados começam a
aparecer em 1994.
Nesse contexto, a atriz e
produtora Carla Camurati
resolveu, ela mesma, cuidar do lançamento de seu
primeiro filme como diretora. Uma tarefa nada barata e fácil.
A decisão foi vista com
ceticismo pelos profissionais do mercado, que, de
uma maneira geral, consideraram sua atitude um
"suicídio comercial". Tudo
isso agravado pelo fato de
filmes históricos raramente se tornarem sucessos de
público no Brasil e as primeiras críticas terem sido
apenas medianas. Mas o
fato é que "Carlota" conseguiu lotar as salas de cinema e, em pouco tempo,
exibidores de todo o país
começaram a requisitar
cópias.
"Carlota", assim, tornou-se o primeiro filme
dessa nova fase do cinema
feito no Brasil a ultrapassar a marca de um milhão
de espectadores.
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