São Paulo, domingo, 02 de março de 2008

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Filme marca retomada na década de 90

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Em janeiro de 1995, quando Carla Camurati lançou "Carlota Joaquina" (disponível em DVD), o cinema brasileiro começava a sair de uma das piores crises de sua história. Não foi apenas uma derrocada financeira, provocada pela extinção, cinco anos antes, dos órgãos estatais que regulavam e financiavam a atividade (Embrafilme e Concine).
Tratava-se, sobretudo, de uma crise institucional, em que os filmes nacionais eram vistos com péssimos olhos pela mídia, por boa parte do público e, sobretudo, por distribuidores e exibidores. A criação de leis de incentivo fiscal para a cultura e o cinema, em 1993, forjou um novo modelo de financiamento para os longas-metragens brasileiros. Os primeiros resultados começam a aparecer em 1994.
Nesse contexto, a atriz e produtora Carla Camurati resolveu, ela mesma, cuidar do lançamento de seu primeiro filme como diretora. Uma tarefa nada barata e fácil.
A decisão foi vista com ceticismo pelos profissionais do mercado, que, de uma maneira geral, consideraram sua atitude um "suicídio comercial". Tudo isso agravado pelo fato de filmes históricos raramente se tornarem sucessos de público no Brasil e as primeiras críticas terem sido apenas medianas. Mas o fato é que "Carlota" conseguiu lotar as salas de cinema e, em pouco tempo, exibidores de todo o país começaram a requisitar cópias.
"Carlota", assim, tornou-se o primeiro filme dessa nova fase do cinema feito no Brasil a ultrapassar a marca de um milhão de espectadores.


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