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Comércio variado agrada os habitantes
A grande concentração de lojas, mercados e serviços diversos é apontada como a maior vantagem
da região mais antiga de São Paulo. Mas, da mesma maneira que na outra área do centro da cidade, os moradores reclamam muito da sujeira e do
lixo que é abandonado nas ruas
DA REPORTAGEM LOCAL
O centro é lembrado pelos paulistanos como uma região mercantil por
excelência. Ali se localizam o Mercado
Municipal e ruas de comércio especializado: 25 de Março, procurada por
pessoas de todo o Brasil, José Paulino,
onde se destacam as roupas, e São
Caetano, dedicada às noivas.
Para os moradores da área denominada centro 2 -composta pelo Bom
Retiro, Brás, Cambuci, Pari e Sé- a
imagem do local não é diferente. Por
isso, segundo 21% dos entrevistados
pelo Datafolha na região, o amplo comércio é a maior vantagem da cidade.
"Aqui ficamos perto de lojas de todos os tipos. Temos também mercados, farmácias e muitos hospitais próximos", afirmou a zeladora Lucília de
Jesus, 42, moradora da Sé.
Como segundo maior problema da
região -depois da violência, que foi
apontada por 21% dos pesquisados-
os moradores citam a sujeira (14%).
A dona-de-casa Andréia Pereira, 37,
por exemplo, não se conforma com o
lixo jogado de maneira displicente pelos moradores perto da praça Mário
Margarido, no distrito da Sé. No local
podem ser vistos desde lixo doméstico
até galhos secos de árvores, ao lado de
uma caçamba. "A verdade é que hoje o
centro é um lugar sujo. Mas já foi bem
diferente", afirma.
O incômodo dos moradores com a
sujeira é tanto que 16% dos entrevistados mencionam a limpeza como setor
em que a prefeitura está se saindo pior.
De quem é a culpa?
Há quem defenda a administração
no caso da sujeira, por considerar que
a culpa não é da falta de limpeza e sim
da população, que não mantém o que
foi feito pelos lixeiros e varredores.
"Os garis realizam o trabalho direitinho. Mas, depois de duas horas, já
existe sujeira no chão novamente, jogada principalmente pelos camelôs e
passantes", afirma o empreiteiro ferroviário aposentado Protógenes Rafael Soares, 63, morador do Brás.
De acordo com 6% dos entrevistados, a prefeitura tem sido eficiente na
coleta de lixo.
A prefeitura ganha elogios também
de 7% dos entrevistados da região
quando o tema é transporte público. A
existência de estações de metrô no local e as opções de ônibus para diversas
áreas são aprovadas pelos moradores.
A estação Sé de metrô, por exemplo,
é a que tem a maior circulação de pessoas da cidade, em razão das baldeações. O fluxo é de aproximadamente
640 mil passageiros nos dias úteis.
Em número de entradas, em 2003, a
Sé ficou em quarto lugar (70,8 mil). E a
estação Brás é a segunda (99 mil), atrás
apenas da Barra Funda (148 mil).
Para o proprietário de estacionamento no Pari Hildebrando Alves Carreto, 57, o transporte público funciona
no bairro. "Muitos ônibus passam na
região e ficamos perto das estações de
metrô Armênia e Bresser."
Já no que se refere ao lazer, ele afirma
que não há nada gratuito ou que seja
oferecido pela prefeitura. "Eu freqüento o clube da Portuguesa diariamente,
onde jogo baralho e bocha. Mas a região é carente nesse setor, só existem
opções pagas."
Embora faça críticas à falta de lazer,
ele considera positivo não haver "vida
noturna" no bairro. "Não há poluição
sonora, como na Vila Madalena."
Alagamentos
Em relação às enchentes, Carreto
afirma que a situação melhorou. "As
obras de aprofundamento da calha do
Tietê têm ajudado. Sofríamos com as
enchentes e o problema foi praticamente resolvido", diz. As ruas, no entanto, às vezes inundam em razão do
entupimento de bueiros.
"Já trocamos o guarda-roupa e a cama que ficaram encharcados numa
enchente", diz a zeladora Lucília. O
problema foi lembrado por 3% dos
pesquisados da região.
A questão que mais preocupa os moradores do local, como em todas as
áreas de São Paulo, é a criminalidade.
A porcentagem dos entrevistados que
reclamam da violência na região
(21%) foi menor, porém, do que a média registrada em toda a cidade (31%).
"A área em que moro é mais tranqüila", diz Carreto. O 12º DP (Pari) está localizado próximo a seu prédio.
Apesar da menor preocupação com
a falta de segurança, 48% afirmam que
se mudariam de São Paulo caso tivessem condições. "Eu me mudei para
Atibaia, onde tenho um sítio. Fiquei
seis meses lá e decidi voltar para o Brás
porque vinha todos os dias a São Paulo", diz Soares. Ele se enquadra no grupo dos 54% que está muito satisfeito
em morar na cidade.
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