São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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TUDO PELO OURO

Sorridentes, prefeita e governador fazem estréia de autoridades na recepção aos atletas

Marta e Alckmin disputam os paraolímpicos

SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dia começou cedo, ontem, para tucanos e petistas. De carona no sucesso paraolímpico, a prefeita Marta Suplicy (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) posavam para fotos às 7h, em Cumbica, onde esperavam a delegação brasileira.
Deficientes físicos, os atletas trouxeram 33 medalhas de Atenas, na melhor campanha do país. Foi o primeiro feito inédito. O segundo foi atrair as autoridades à longa espera do aeroporto.
Alckmin e Marta conversaram animadamente durante o evento. Saia justa? "Não, nenhuma. Temos de distinguir bem tarefas eleitorais de tarefas de governo, pois democracia pressupõe civilidade", disse Alckmin.
"O governador é muito simpático e afável. É uma pessoa muito elegante. Somos civilizados e trabalhamos bem", retribuiu a prefeita, bem-disposta, apesar das poucas horas de sono -o debate na Globo terminara à 0h.
O governador disse que não viu todos os blocos do encontro, mas avaliou que o candidato tucano José Serra esteve "seguro".
Marta tem outra opinião. "O eleitor tem bom senso. Viu que há uma candidatura, a minha, com propostas elaboradas, e outra que só propõe continuar tudo o que eu fiz", disse ela.

Malufistas
Questionado sobre o risco de uma eventual migração do voto malufista rumo à candidatura de Marta num provável segundo turno entre tucanos e petistas, Alckmin foi categórico.
"Candidato não comanda voto. Ninguém é dono do eleitor. Na última eleição, Maluf apoiou o PT, mas seus eleitores votaram em mim. Tive 70% dos votos dos que haviam votado no Maluf [no primeiro turno]", disse ele.
Cauteloso, porém, o governador não se posicionou sobre buscar o pouco provável apoio malufista. Insistentemente questionado sobre a possibilidade, ele respondeu três vezes: "Vamos aguardar o segundo turno".
Para Marta, o desafio é alavancar seus índices de intenção de voto nas áreas mais ricas.
"Quero eleitor de todas as regiões, mas principalmente o voto dos mais pobres, que viram para quem foi este governo, e das pessoas de bom coração, que podem não usar o bilhete único, podem nunca ter ido a um CEU e podem não precisar de uniforme, mas que percebem que a maioria necessita disso."


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