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TUDO PELO OURO
Sorridentes, prefeita e governador fazem estréia de autoridades na recepção aos atletas
Marta e Alckmin disputam os paraolímpicos
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia começou cedo, ontem,
para tucanos e petistas. De carona no sucesso paraolímpico, a
prefeita Marta Suplicy (PT) e o
governador Geraldo Alckmin
(PSDB) posavam para fotos às
7h, em Cumbica, onde esperavam a delegação brasileira.
Deficientes físicos, os atletas
trouxeram 33 medalhas de Atenas, na melhor campanha do
país. Foi o primeiro feito inédito.
O segundo foi atrair as autoridades à longa espera do aeroporto.
Alckmin e Marta conversaram
animadamente durante o evento. Saia justa? "Não, nenhuma.
Temos de distinguir bem tarefas
eleitorais de tarefas de governo,
pois democracia pressupõe civilidade", disse Alckmin.
"O governador é muito simpático e afável. É uma pessoa muito
elegante. Somos civilizados e
trabalhamos bem", retribuiu a
prefeita, bem-disposta, apesar
das poucas horas de sono -o
debate na Globo terminara à 0h.
O governador disse que não
viu todos os blocos do encontro,
mas avaliou que o candidato tucano José Serra esteve "seguro".
Marta tem outra opinião. "O
eleitor tem bom senso. Viu que
há uma candidatura, a minha,
com propostas elaboradas, e outra que só propõe continuar tudo o que eu fiz", disse ela.
Malufistas
Questionado sobre o risco de
uma eventual migração do voto
malufista rumo à candidatura de
Marta num provável segundo
turno entre tucanos e petistas,
Alckmin foi categórico.
"Candidato não comanda voto. Ninguém é dono do eleitor.
Na última eleição, Maluf apoiou
o PT, mas seus eleitores votaram
em mim. Tive 70% dos votos dos
que haviam votado no Maluf [no
primeiro turno]", disse ele.
Cauteloso, porém, o governador não se posicionou sobre
buscar o pouco provável apoio
malufista. Insistentemente questionado sobre a possibilidade,
ele respondeu três vezes: "Vamos aguardar o segundo turno".
Para Marta, o desafio é alavancar seus índices de intenção de
voto nas áreas mais ricas.
"Quero eleitor de todas as regiões, mas principalmente o voto dos mais pobres, que viram
para quem foi este governo, e
das pessoas de bom coração, que
podem não usar o bilhete único,
podem nunca ter ido a um CEU
e podem não precisar de uniforme, mas que percebem que a
maioria necessita disso."
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