São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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Justiça Eleitoral do Rio volta a tirar Record do ar, agora por 24 horas

DA SUCURSAL DO RIO

A TV Record ficou fora do ar na cidade do Rio todo o dia de ontem por determinação do Tribunal Regional Eleitoral. O juiz Luiz Márcio Victor Alves Pereira, coordenador de Fiscalização da Propaganda Eleitoral, entendeu que a emissora reincidiu em fazer propaganda subliminar do candidato do PL à Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella.
Advogados da Record entraram com mandado de segurança e um recurso para que o sinal fosse restabelecido antes de se completar as 24 horas de punição. A emissora saiu do ar à 0h45 de ontem. Até o fechamento desta edição, o TRE ainda estava julgando os pedidos.
Depois de assistir a fitas do programa "Coisas da Vida", produzido pela Igreja Universal do Reino de Deus (dona da Record), o juiz considerou "propaganda ostensiva" a convocação para o evento "Rio ao pé da cruz", no domingo. Segundo o apresentador, bispo Clodomir dos Santos, seria distribuído no dia da eleição o salmo 22, "o da vitória". O número de Crivella na campanha é 22.
O juiz já determinara o corte do sinal da emissora em 20 de setembro, impedindo que os 22 minutos finais de "Repórter Record" fossem ao ar. O programa falava sobre projeto da Universal desenvolvido por Crivella na Bahia e usado por ele em sua campanha.
"A proximidade das eleições torna fundamental a retirada do ar da emissora, uma vez que a mesma, com sua conduta de desrespeito à Lei Eleitoral e afrontamento ao Poder Judiciário, está comprometendo o equilíbrio do pleito e colocando em risco a lisura das eleições, devendo ser observado que não se pode admitir que a Rede Record, titular de uma concessão do Poder Público, mantenha este comportamento deplorável", escreveu o juiz.
A emissora foi obrigada a exibir, a cada 15min, informação de que estava fora do ar por desobediência à Lei Eleitoral. Segundo o juiz, se a Record insistir na propaganda, será suspensa por 48 horas.
Segundo um profissional do ramo, a Record deve ter perdido cerca de R$ 300 mil ficando fora do ar ontem, valor calculado a partir dos R$ 500 milhões que a emissora fatura por ano.
A CNT, que reproduz programas da Universal recebeu uma advertência do juiz para não mencionar o "salmo da vitória". Ontem, a emissora informou que está atenta ao conteúdo dos programas. Procurados, Record e Crivella não se pronunciaram.


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