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PRESIDÊNCIA / AVALIAÇÃO DO 1º TURNO
Segundo turno abala política "café-com-leite" tucana
Alckmin deve se voltar a Serra, fortalecendo grupo paulista
e distanciando do PSDB ala mineira, comandada por Aécio
Tucanos defendem que Serra deve acompanhar
Alckmin em viagens; meta é
alcançar 15 milhões de
votos no Estado de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
A chegada de Geraldo Alckmin ao segundo turno, puxada
pelos votos de São Paulo, muda
os rumos da disputa interna pelo controle do PSDB que se avizinhava e distancia ainda mais
a ala mineira do partido, comandada pelo governador Aécio Neves, do grupo paulista,
que a partir de agora tem em
José Serra (SP) seu principal
expoente.
Com expressiva votação no
Estado que governou por cinco
anos -mais de 11,5 milhões de
votos-, Alckmin deverá tentar
uma aproximação com Serra,
que poderia ser decisivo para
uma virada sob o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
no segundo turno.
Integrantes do comando da
campanha defendem a tese de
que uma das principais metas é
conseguir ampliar sua margem
no Estado para 15 milhões de
votos.
O pano de fundo dessa aproximação de Alckmin a Serra,
que há tempos têm interesses
conflitantes no partido, seria o
fortalecimento do PSDB paulista em confronto com a ala
mineira, capitaneada por Aécio. Tanto Serra quanto Aécio
aspiram uma candidatura à
Presidência em 2010.
Ontem, enquanto festejavam
a "conquista" do segundo turno,
integrantes do comando da
campanha defendiam que Serra participasse das principais
viagens de Alckmin até o dia 29
de outubro, não se limitando a
agenda no Estado.
Já no início da madrugada,
Alckmin posou abraçado com
Serra na festa organizada para
celebrar a vitória do ex-prefeito
ao Palácio dos Bandeirantes.
"Parabéns governador, uma votação histórica", disse Alckmin.
"Trabalhei como louco para
ele", disse Serra, que prometeu
gravar novas inserções pedindo
votos a Alckmin.
Segundo Sidney Beraldo,
presidente do PSDB paulista,
Alckmin e Serra conversariam
ainda na madrugada de hoje sobre estratégias do segundo turno da eleição presidencial. Um
dos pontos acertados com antecedência será o "empréstimo"
de integrantes da equipe de
Serra para a reta final da campanha de Alckmin.
Segundo tucanos paulistas, o
elo para aproximá-los seriam o
jornalista Luiz Gonzalez, responsável pela comunicação da
campanha à Presidência, e José
Henrique Reis Lobo, coordenador da chamada campanha
conjunta em São Paulo.
Outro ponto seria o dossiê
negociado com petistas com
imagens supostamente envolvendo os tucanos com a máfia
das ambulâncias. Tanto Alckmin quanto Serra foram incisivos para defender um ao outro
no caso.
Na outra ponta, a cúpula tucana também estudava uma
forma de forçar Aécio a "entrar
na campanha" sem que isso
provocasse mais desgaste. O
coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PE), e o
presidente do partido, Tasso
Jereissati (CE), serão os responsáveis por costurar um cenário favorável em Minas.
Reservadamente, ao ser informado dos números de Minas, Alckmin queixou-se ontem do empenho de Aécio. Disse que com um pouco mais de
mobilização, "não teria sido tão
sofrido". Reclamou que chegou
a viajar mais de uma vez por semana a Minas, e em muitas delas o governador não o acompanhou.
As críticas de falta de engajamento de Aécio pontuaram os
primeiros meses da campanha
de Alckmin. Em julho, quando
as queixas se intensificaram, o
governador mineiro chegou a
fazer um pronunciamento manifestando seu apoio durante
evento em Belo Horizonte. Na
capital mineira, Alckmin faz
questão de chamá-lo de "grande
irmão".
(JAB, CS E SN)
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