São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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LEGISLATIVO / AMAPÁ

Após susto, Sarney obtém novo mandato

Vitória fortalece a ala do PMDB ligada a Lula; senador defende que a presidência da Casa mantenha-se com seu partido

Na campanha, senador teve o apoio de todos os prefeitos do Estado, de 22 dos 24 deputados estaduais e do governador Waldez Góes


MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ

Depois de uma campanha em que foi ameaçado por uma candidata que jamais disputara uma eleição, o senador José Sarney (PMDB) se reelegeu ontem para o terceiro mandato consecutivo pelo Amapá.
Com 99,9% das urnas apuradas, o ex-presidente obtinha 54% dos votos válidos, contra 44% de Cristina Almeida (PSB). Desde 1990 Sarney representa o Estado.
Sua vitória pessoal é também coletiva: do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se empenhou na eleição; do governador Waldez Góes (PDT); de todos os 16 prefeitos do Amapá; de 22 dos 24 deputados estaduais; e dos três jornais diários de Macapá, que o apoiaram.
A renovação do mandato de Sarney é boa para a ala do PMDB ligada a Lula e que impediu o partido de lançar nome próprio à Presidência.
"Tive eleições muito mais difíceis na vida", disse Sarney, 76, após votar de manhã em Macapá, capital do Estado que ele visita de uma a duas vezes por mês e no qual mantém domicílio eleitoral -sua vida política foi feita no Maranhão.
Em setembro, pesquisa do Ibope registrou menor diferença entre ele e Cristina: 47% a 40%. Durante a campanha, sua adversária o atacou por ser originário de outro Estado. Na última sexta, o senador já tinha 54% das intenções de voto, contra 40% de Cristina.
Eleito, Sarney defendeu a manutenção da presidência do Senado pelo PMDB. Prometeu não se candidatar "nunca mais" ao comando da Casa.

Originalidade
O domingo no Amapá acrescentou novos episódios ao inventário nacional de modos para burlar a legislação.
Quinze mototaxistas foram detidos por oferecer um "serviço" original: faziam corridas de graça e ainda pagavam para que os passageiros votassem em determinados candidatos.
Tão ou mais ousados foram três motoristas da Secretaria da Agricultura. O TRE os convocou para dirigir caminhões que fazem o transporte legal de eleitores. Os caminhões viajaram depois de ser abastecidos em Macapá com combustível suficiente para ir e voltar a Tartarugalzinho (AP), no interior.
Lá pediram a uma juíza dinheiro para retornar -os tanques estavam vazios. Ela descobriu que os motoristas haviam vendido o diesel e dado aos passageiros dinheiro com papéis, indicando as chapas a serem sufragadas. A PF os prendeu.
O serviço telefônico do TRE recebeu mais de 400 denúncias de irregularidades, de propaganda ilegal a compra de votos (a maioria não confirmada).


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