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ESTADOS/SÃO PAULO
Serra é o primeiro a vencer o governo de SP no 1º turno
Com 99% das urnas apuradas, à 0h, tucano tinha 58% dos votos válidos; o petista Aloizio Mercadante tinha 32%
Em festa no Alto de Pinheiros, governador eleito de SP disse que o "povo disse sim a uma campanha limpa" e "não às tramóias"
FABIANE LEITE
LEANDRO BEGUOCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O tucano José Serra, 64, foi
eleito ontem governador do Estado de São Paulo. Foi a primeira vez, desde que a eleição em dois turnos foi instituída pela
Constituição de 1988, que um
candidato ao governo paulista
se elegeu já no primeiro turno.
Até então, os outros governadores tinham vencido apenas
no segundo turno.
Até a 0h de ontem, com 99%
das urnas apuradas no Estado,
o tucano tinha 58% dos votos
válidos, contra 32% de Aloizio
Mercadante (PT). Orestes
Quércia (PMDB) somava 4% e
Plínio de Arruda Sampaio
(PSOL), 2,48%.
Mesmo antes de a apuração
ser concluída, Serra já superava
o número de votos obtidos por
Alckmin no primeiro turno em
2002 -12,4 milhões contra 7,5
milhões do ex-governador.
"O povo disse sim a uma
campanha limpa, às nossas
propostas. Disse não às tramóias", disse Serra na festa da
coligação que o apóia na Estação São Paulo, no Alto de Pinheiros, para onde se dirigiu
ontem por volta das 23h40.
"Eu queria agradecer muito
ao povo de São Paulo, ao povo
da minha cidade de São Paulo
que não apenas soube entender
as razões do meu afastamento
da prefeitura como também me
proporcionou uma grande vitória na maior cidade do Brasil",
disse o tucano.
Na comemoração, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, parabenizou
Serra pela "votação histórica".
O governador eleito, por sua
vez, afirmou ontem à noite que
vai fazer campanha para Alckmin como militante em São
Paulo e "onde for necessário".
Na mesma festa, o futuro vice-governador de São Paulo,
Alberto Goldman (PSDB), disse
que a gestão de Serra continuará o trabalho feito e em continuidade com o PFL. Em relação às primeiras medidas na
área de segurança, uma das
mais frágeis do Estado, destacou a necessidade de integração das polícias e dos serviços
de inteligência.
Sobre sua futura gestão, Serra disse que fará um governo
popular "Será um governo voltado ao desenvolvimento social, econômico de São Paulo e
do Brasil. Nós faremos sentir o
peso do governo do Estado como voz dos paulistas pelo desenvolvimento da produção, da
prosperidade e do emprego."
Votação
Calmo e de bom humor, Serra já falava em vitória por volta
das 12h de ontem, quando foi
votar no colégio Santa Cruz, no
Alto de Pinheiros, zona oeste
de São Paulo. "A minha expectativa é de vitória neste turno. E
que o governador Alckmin vá
para o segundo turno", disse.
Serra chegou à escola com
Geraldo Alckmin. Aplaudido,
enfrentou um grande tumulto
-uma mulher caiu quando fotógrafos e cinegrafistas se empurravam para tentar se aproximar do candidato. Duas pessoas ficaram levemente feridas.
Além de Alckmin, acompanharam Serra na votação seu
vice, Alberto Goldman, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, além do prefeito de
São Paulo, Gilberto Kassab
(PFL), e o secretário municipal
das Subprefeituras, Andrea
Matarazzo. A mulher de Serra,
Mônica, a filha, Verônica, e o
neto, Antonio, estavam na van
que transportou os tucanos.
Serra votou em exatos 56 segundos. Ao sair, cumprimentou
eleitores na porta da escola. "É
o melhor ministro da Saúde",
disse uma mulher a ele.
"Hoje é dia de o povo falar,
hoje não falam os candidatos,
hoje fala o povo através das urnas", disse Serra.
Pela manhã, questionado sobre como seria um segundo
turno nas eleições presidenciais, Serra cutucou o PT. "Do
nosso lado não haverá nenhuma baixaria. Se baixaria houve,
nunca partiu do PSDB e não
partirá", disse.
Após votar, Serra e parte do
grupo acompanharam Verônica, a filha do candidato, até uma
escola no Morumbi, onde ela
vota. O casal Serra voltou à casa
da família para almoçar.
O vice de Serra atacou o PT
ao chegar à casa do tucano. Falou da prisão de integrantes do
partido envolvidos na compra
do dossiê. "A prisão dos petistas
é prisão normal de bandidos."
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