São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Linha do "Trem das Onze" tem museu no Jaçanã

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desativada desde 1965, a ferrovia da Cantareira, que inspirou a música "Trem das Onze", de Adoniran Barbosa -cuja letra dizia "minha mãe não dorme enquanto eu não chegar"-, está coberta por asfalto e construções. Um pequeno trecho dos trilhos é guardado pelo aposentado Sylvio Bittencourt, 77, no Museu do Jaçanã (rua São Luiz Gonzaga, 30, tel.: 2241-4286).
O local é improvisado em um galpão próximo àquele onde ficava a estação. Bittencourt fundou em 1983 o museu, onde expõe antigas lanternas, uniformes de maquinistas e fotos de atores que filmavam na Cinematográfica Maristela -entre eles, o próprio Adoniran, que participou de "Carnaval em La Maior" (1955) e "Pensão de Dona Stela" (1956).
O relato de um trem que passaria às onze da noite para o Jaçanã tem horário aproximado e não exato. A única partida próxima ocorria na Vila Mazzei, às 22h59 -mesmo assim, somente aos domingos e nos feriados. Nos dias úteis, a última composição passava às 21h45.
Fora dos horários marcados, as partidas só se davam em ocasiões especiais, como ocorreu com Antonio de Castro, 80. Maquinista na década de 50, ele precisou levar Jânio Quadros, então governador do Estado (1955-1959), ao Horto Florestal, em outra linha da ferrovia. "Ele quis passear e eu era o único de plantão. Na hora de voltar, o trem, a diesel, não ligava e, acostumado com o movido a vapor, tive que aprender a resolver na hora, senão imagina", afirma o ex-maquinista. (JP)


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