São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES / HORA DO VOTO

Mais de 119 milhões de eleitores devem votar hoje em 5.562 municípios

PT e PSDB disputam capitais e a hegemonia política do país

DA REDAÇÃO

Em uma eleição marcada pela polarização entre PT e PSDB nos grandes centros, 119.821.569 eleitores devem comparecer hoje às urnas em 5.562 municípios do país. Os petistas, que retomaram o fôlego nas últimas semanas, têm chance de eleger prefeitos em 11 capitais. Já os tucanos disputam com chance em outras oito. Mais do que a hegemonia dos dois partidos, esta eleição também retrata o declínio de outras duas importantes legendas: o PFL só lidera em três capitais e o PMDB, em duas. José Sarney (PMDB), Antonio Carlos Magalhães (PFL) e Ciro Gomes (PPS) podem ver seus candidatos derrotados. Na segunda eleição com possibilidade de reeleição, cerca de 57,5% dos candidatos não têm curso superior. A expectativa é que até a meia-noite de hoje 90% dos votos de todo o país já estarão apurados. Das 68 cidades em que pode haver segundo turno em 31 de outubro, 21 devem decidir o pleito hoje.
FERNANDO RODRIGUES
EM SÃO PAULO

Desanimado no início da campanha, o PT chega ao primeiro turno das eleições municipais com chance de manter e até de ampliar seu número de capitais. De acordo com as últimas pesquisas disponíveis, a sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem candidatos competitivos em 11 das 26 capitais. Hoje, tem os prefeitos de oito dessas cidades.
É competitivo o candidato que está em primeiro lugar ou em segundo, mas empatado com quem está na frente, dentro da margem de erro das pesquisas de opinião. Por esse critério, o PSDB, principal adversário petista nos grandes centros, está disputando para valer oito capitais de Estado.
O que mais chamou a atenção no desempenho petista foi a recuperação esboçada por alguns de seus candidatos. Três capitais se destacam: Macapá (AP), Salvador (BA) e Vitória (ES). Nelas, os candidatos petistas passaram a maior parte da campanha atrás nas pesquisas. Na semana passada, todos já apareciam com chances.
Os petistas podem faturar quatro capitais já no primeiro turno: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Aracaju (SE) e Palmas (TO) -essa última não tem segundo turno por ter menos de 200 mil eleitores. O secretário-geral do PT, Silvio Pereira, faz uma avaliação otimista: "Ficaremos perto de 500 prefeitos e uns 15 milhões de votos para nossos candidatos". Em 2000, o partido elegeu 187 prefeitos -11,9 milhões de votos.
O PSDB é a agremiação que mais ameaça o PT nos grandes centros urbanos. Deve ganhar hoje Teresina (PI), capital que já governa. Também disputará com chances outras sete capitais.
A conquista de capitais tem relevância para a estruturação das siglas com aspirações nacionais. Os prefeitos de capitais, quando fazem boas administrações, tornam-se cabos eleitorais nas disputas pelos governos estaduais e Presidência da República.
Fora o PT e o PSDB, os outros partidos estão em posição de menos destaque nas eleições de capitais. Duas siglas pequenas, PSB e PDT, têm chances em quatro cidades. O PFL, que tenta ser um dos comandantes da oposição ao governo Lula, aparece como competitivo em só três capitais, sendo uma delas o Rio, com César Maia.
O PMDB continua sua trajetória rumo ao interior. Detém hoje duas capitais -Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE)- e só aparece com chances de vitória em duas -mantendo Campo Grande e ganhando Goiânia (GO), com o ex-governador daquele Estado Iris Rezende.
O PC do B, que tem dois ministros e sonhava com a conquista de Inácio Arruda, em Fortaleza, não tem mais certeza de que seu candidato passará ao segundo turno.
Ao todo, os partidos que hoje apóiam Lula no plano federal têm 21 candidatos competitivos nas disputas pelas capitais (primeiros lugares e segundos empatados com os primeiros). As siglas de oposição contam com 15 candidatos com chances nas capitais.
Como as pesquisas disponíveis têm, em grande parte, margens de erro de 4 a 5 pontos percentuais, não é possível prever o resultado em várias capitais. Em Florianópolis (SC), três candidatos estão na reta final -segundo a última pesquisa Ibope, realizada de 1 a 2 de outubro, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Na capital de Santa Catarina, diz a pesquisa do Ibope, Dário Berger (PSDB) estava com 38%, Francisco de Assis (PP) tinha 21%, Sérgio Grando (PPS) registrava 14%. Todos, considerada a margem de erro, têm chances de ir ao segundo turno.


Texto Anterior: Dos candidatos à Câmara de SP, 81% são homens
Próximo Texto: Na eleição de 2000, taxa de abstenção foi de 15% no país
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.