São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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ELEIÇÕES / BELO HORIZONTE

Provável vitória hoje de prefeito conduzirá o PT a 16 anos de poder

Petista já ensaia retomar boa convivência com o tucano Aécio


Favorito, Pimentel cobra mais espaço no PT

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Fernando Pimentel (PT), 53, deverá ser reeleito hoje no primeiro turno prefeito de Belo Horizonte com a expressiva marca de 1 milhão de votos (60% do total, conforme indicam as pesquisas) e usará a vitória para cobrar um espaço adequado na vitrine do PT nacional. Essa posição ele marcará já a partir de amanhã, no encontro que terá com o presidente Lula, em Brasília.
Se confirmados os números dos levantamentos, a votação de Pimentel será a maior, em números absolutos e em percentuais, já alcançada por um prefeito da capital mineira no primeiro turno.
Da forma como se desenha, a vitória petista poderá marcar também a maior derrota do governador Aécio Neves (PSDB) nas eleições municipais em Minas Gerais, embora isso não o coloque em confronto com o PT.
Críticas eleitorais à parte, o pragmatismo administrativo deverá continuar sustentando a boa convivência entre Lula, Aécio e o prefeito Pimentel.
Aécio foi o principal articulador da chapa do deputado estadual João Leite (PSB), que mais rivalizou com o PT na disputa. Apesar de ter o PMDB como vice, o apoio dos tucanos e o engajamento do governador na sua campanha, Leite vem sofrendo quedas nas intenções de voto desde que a disputa no rádio e na TV teve início. Roberto Brant (PFL) não cresceu, só Pimentel se beneficiou.
Os tucanos, que assumiram a coordenação da campanha de Leite, tentam, há duas semanas, minimizar o efeito da virtual derrota, de forma a fortalecer o projeto político estadual de Aécio. Em contraposição ao resultado na capital, eles repetem o que o próprio governador disse publicamente: os aliados do governo de Minas vão vencer em pelo menos 80% dos municípios do Estado.
Bem articulado politicamente com os governos estadual e mineiro, Pimentel conduz o PT para 16 anos de comando na administração de Belo Horizonte -parte desse tempo dividindo a gestão com a ala do PSB que faz oposição a Leite. Ele já anunciou que, encerrada a eleição, passará uma "borracha" nas críticas tucanas e retomará a sua boa convivência.
"Gosto muito do governador, sou muito amigo dele e vamos continuar assim. É um exemplo que estamos dando para o Brasil", disse o prefeito, que, com a convivência com Aécio, começou a defender a descentralização do poder paulista no PT, como o governador faz em relação ao PSDB desde que foi eleito em 2002.


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