LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

De um lado, a máquina administrativa e a força política do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL). De outro, a militância do PT e o sonho dos adversários do carlismo de transformar Salvador no "reduto da oposição". É nesse cenário que os eleitores da terceira maior cidade do Brasil vão às urnas hoje para começar a escolher o substituto do prefeito Antonio Imbassahy (PFL), que administra a cidade há oito anos.
Todas as pesquisas revelam que haverá segundo turno na capital baiana. De acordo com os institutos, o deputado estadual João Henrique Carneiro (PDT) -filho do ex-governador João Durval Carneiro- já está garantido na segunda fase.
A dúvida até agora é saber quem será o adversário do deputado no segundo turno. O senador César Borges (PFL), que tem o apoio de ACM, do governador Paulo Souto (PFL) e do prefeito Imbassahy, apesar de aparecer em segundo lugar, tem na cola o deputado federal Nelson Pellegrino (PT), que, durante boa parte da campanha, permaneceu distante dos dois primeiros colocados.
Derrotado nas duas últimas eleições municipais, Pellegrino conta com a militância e o crescimento da economia para surpreender o carlismo. "Os eleitores estão mais confiantes no governo Lula e, tradicionalmente, o PT cresce muito na reta final de campanha", afirma o petista.
Coincidência ou não, o pefelista César Borges começou a perder pontos nas pesquisas depois de participar de um jantar de senadores do partido com o presidente Lula. Em seguida, o afilhado do senador ACM exibiu cenas do jantar, em que aparece ao lado do presidente da República, nos programas eleitorais da TV.
Para tentar chegar ao segundo turno, Borges cola sua campanha ao desempenho da administração do prefeito Imbassahy. Diz que seu colega de partido transformou Salvador.
"Qualquer pesquisa séria mostra que Imbassahy é um dos melhores prefeitos do Brasil. Queremos manter as conquistas e fazer mais obras na cidade, sempre em parceria com o governo estadual", declara o pefelista.
Já Lídice da Mata (PSB) aposta em sua experiência administrativa para chegar ao segundo turno. "Não dá mais para fazer experiências ou manter no poder um grupo político que contribuiu para aumentar a pobreza na cidade. Salvador precisa de uma mudança radical no comando político." Além dos quatro mais bem colocados nas pesquisas, outros seis candidatos disputam a sucessão municipal em Salvador.


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