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Brasil edita sua campanha até o final
Capitaneada por executivo americano, apresentação brasileira, com vídeo assinado por Fernando Meirelles, é elogiada
Scott Givens, responsável por festas de abertura do
Pan-2007 e de Sydney-2000, organiza até discursos em exposição brasileira ao COI
DOS ENVIADOS A COPENHAGUE
Tamanho foi o perfeccionismo da campanha Rio-2016 que
uma ilha de edição chegou a ser
instalada no hotel Sankt Pitri,
em Copenhague, para mexer
até a última hora nos filmes que
seriam mostrados aos membros do COI (Comitê Olímpico
Internacional).
"A O2 montou uma ilha para
ficar remontando o filme a cada
dia de acordo com o que o Scott
queria", disse à Folha, por telefone, o cineasta Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes e que
assina as peças com Paulo Caruso e Rodrigo Meirelles.
Scott, no caso, é Scott Givens, ex-vice-presidente de entretenimento da Disney e responsável pelas aberturas do
Pan-2007 e de Sydney-2000.
Foi o americano que capitaneou a apresentação brasileira
ontem -não apenas os vídeos,
mas também os discursos.
"[O Brasil] fez uma apresentação fantástica, emocional,
gostei muito", disse o campeão
olímpico de salto com vara Sergei Bubka, hoje votante do COI.
Talhada por Givens, a exposição foi eficaz. Os discursos
proveram as explicações técnicas de que o COI precisava e insistiram no que foi o principal
argumento da campanha brasileiro: realizar a primeira Olimpíada da América do Sul.
O país também foi mostrado
como aberto e acolhedor -o
que contrastou com a apresentação de Chicago, cujos representantes chegaram a ser questionados sobre as barreiras
imigratórias aos visitantes.
Meirelles afirma que essa
abordagem foi calculada de
olho também na política. A
Rio-2016 saiu da mesmice dos
rivais ao mostrar nas peças publicitárias uma cidade que queria receber, e não apenas contentar seus cidadãos.
Na peça, cidadãos de diferentes países vão desembarcando
no Rio e são incorporados pela
multidão em festa.
Ao longo dos meses de campanha, foram sete filmes em
tom emocional crescente. Todos norteados por Givens, que
ainda escreveu e distribuiu os
discursos de ontem a cada orador e acalmou atletas nervosos.
"Desta vez o COB [Comitê
Olímpico Brasileiro] fez direito, não entraram só com o briefing. O Scott trabalhou toda a
concepção", disse Meirelles.
Na hora de agradecer, um
dos primeiros citados pelo presidente Lula foi o marqueteiro
inglês Mike Lee, o mesmo que
levou para Londres os Jogos de
2012. Depois, Carlos Nuzman
listaria seis marqueteiros. Só
com consultoria, a campanha
de Rio-2016 gastou R$ 52 milhões.
(LUCIANA COELHO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
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