São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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Brasil edita sua campanha até o final

Capitaneada por executivo americano, apresentação brasileira, com vídeo assinado por Fernando Meirelles, é elogiada

Scott Givens, responsável por festas de abertura do Pan-2007 e de Sydney-2000, organiza até discursos em exposição brasileira ao COI

DOS ENVIADOS A COPENHAGUE

Tamanho foi o perfeccionismo da campanha Rio-2016 que uma ilha de edição chegou a ser instalada no hotel Sankt Pitri, em Copenhague, para mexer até a última hora nos filmes que seriam mostrados aos membros do COI (Comitê Olímpico Internacional).
"A O2 montou uma ilha para ficar remontando o filme a cada dia de acordo com o que o Scott queria", disse à Folha, por telefone, o cineasta Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes e que assina as peças com Paulo Caruso e Rodrigo Meirelles.
Scott, no caso, é Scott Givens, ex-vice-presidente de entretenimento da Disney e responsável pelas aberturas do Pan-2007 e de Sydney-2000.
Foi o americano que capitaneou a apresentação brasileira ontem -não apenas os vídeos, mas também os discursos.
"[O Brasil] fez uma apresentação fantástica, emocional, gostei muito", disse o campeão olímpico de salto com vara Sergei Bubka, hoje votante do COI.
Talhada por Givens, a exposição foi eficaz. Os discursos proveram as explicações técnicas de que o COI precisava e insistiram no que foi o principal argumento da campanha brasileiro: realizar a primeira Olimpíada da América do Sul.
O país também foi mostrado como aberto e acolhedor -o que contrastou com a apresentação de Chicago, cujos representantes chegaram a ser questionados sobre as barreiras imigratórias aos visitantes.
Meirelles afirma que essa abordagem foi calculada de olho também na política. A Rio-2016 saiu da mesmice dos rivais ao mostrar nas peças publicitárias uma cidade que queria receber, e não apenas contentar seus cidadãos.
Na peça, cidadãos de diferentes países vão desembarcando no Rio e são incorporados pela multidão em festa.
Ao longo dos meses de campanha, foram sete filmes em tom emocional crescente. Todos norteados por Givens, que ainda escreveu e distribuiu os discursos de ontem a cada orador e acalmou atletas nervosos.
"Desta vez o COB [Comitê Olímpico Brasileiro] fez direito, não entraram só com o briefing. O Scott trabalhou toda a concepção", disse Meirelles.
Na hora de agradecer, um dos primeiros citados pelo presidente Lula foi o marqueteiro inglês Mike Lee, o mesmo que levou para Londres os Jogos de 2012. Depois, Carlos Nuzman listaria seis marqueteiros. Só com consultoria, a campanha de Rio-2016 gastou R$ 52 milhões. (LUCIANA COELHO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)


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