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Investimento em jovens lidera pedidos
Dirigentes, atletas e treinadores defendem o emprego de mais verba na formação de novos esportistas e nas escolas
Para especialistas, projetos para o esporte de base são essenciais para o país ter uma equipe competitiva nos Jogos que irá sediar
EDUARDO OHATA
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os Jogos-16 devem ser a fagulha a impulsionar a promoção do esporte de base, pedem
desportistas, clubes formadores de atletas, confederações
esportivas nacionais, federações estaduais e o Conselho
Nacional de Educação Física.
""A educação física por si só
não pode ser responsabilizada
pela construção de uma base,
mas passa por ela", argumenta
Jorge Steinhilber, do Conselho
Nacional de Educação Física.
""Formar a base é responsabilidade de clubes e federações.
Mas sem um trabalho na educação física, o jovem nem olhará nessa direção", diz Steinhilber. ""É preciso um plano integrado entre os ministérios da
Educação, Saúde e Esporte."
O sentimento de Steinhilber
encontra eco entre dirigentes.
""O ideal seria o ministério
[do Esporte] fazer algo para
atrair jovens [para o esporte],
implantar o esporte na escola.
Mas podemos procurar alternativas. De repente, a gente faz
parcerias com prefeituras", argumenta o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Roberto Gesta de Melo.
""Fazemos o possível para
atingir o alto nível. Mas a base é
pequena, tem de ser uma ação
de governo, ter uma política nacional de esporte", reivindica
José Antonio Martins, da Federação Paulista de Atletismo.
""É preciso investir forte na
formação de atletas que competirão nos Jogos-16", argumenta a ginasta Jade Barbosa.
Membros do Conselho de
Clubes Formadores de Atletas
Olímpicos cobram o mesmo.
""Tenho visto grandes planos
de investimento para estrutura
física, mas não vi nenhum para
preparação de atleta. Não podemos dar vexame", diz Sergio
Bruno Coelho, presidente do
Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos.
A ideia de fazer algo nos moldes de Londres, que receberá os
Jogos de 2012, de incrementar
a educação física, chegou a ser
discutida no ministério do Esporte, segundo a Folha apurou,
mas não ganhou corpo.
A pasta alega que as iniciativas de fomento nas escolas têm
de ser tratadas diretamente pelas prefeituras e pelos Estados.
""É preciso ter a conscientização. Em muitas escolas não há
espaço para a prática do esporte, até por conta de quem deveria zelar por ele", diz Ricardo
Leyser, secretário de alto rendimento do ministério. ""Tem
enchente e há muita gente desalojada? Leva para o ginásio
da escola. Não tem lugar para
dar aula? Leva para o ginásio. É
o que frequentemente ocorre."
A Olimpíada, para o governo
federal, servirá de catalisador
para série de ações que beneficiarão o esporte e que poderiam levar mais tempo, ou ser
menos sofisticados caso o Rio
não tivesse ganhado a disputa.
O ministério do Esporte
aponta que o programa Segundo Tempo, que hoje beneficia
cerca de 100 mil jovens em idade escolar no Rio, passará a
contemplar todos os elegíveis
(cerca de 1 milhão de crianças).
Um instituto gestor de centros de treinamento do país
operará no Rio. A Agência Nacional Antidoping terá impulso. ""Isso ganhará velocidade
agora", afirma Leyser.
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