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TÁTICA
Esquemas com até sete jogadores atrás o tempo todo derrubam a
média de gols e levam a Fifa a
mudar regras para reverter
a situação; técnicos viram
estrelas da equipes
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A ordem agora é defender
A Copa do Mundo começou
com equipes que só pensavam em
atacar e terminou o século com
seleções escalando até sete jogadores na defesa.
Ao mesmo tempo em que se valorizava como um grande negócio, o que dava um status mais nobre para os treinadores, que em
alguns casos se tornaram estrelas
com o mesmo brilho de craques
de seus times, a competição passou a ver a adoção de esquemas
com cada vez mais zagueiros.
Em 1986, no México, a Dinamarca deu um dos maiores passos para essa mudança em termos de seleções em Mundiais.
O alemão Sepp Piontek, que dirigia a equipe escandinava, "assombrou" o planeta a usar uma linha de três zagueiros.
A tática dinamarquesa, entretanto, tinha a vantagem de liberar
os dois alas para o ataque, mas logo no primeiro jogo mata-mata
que fez, contra a Espanha, nas oitavas-de-final, o esquema mostrou suas deficiências defensivas.
Dessa forma, uma idéia inicialmente ofensiva foi "aperfeiçoada"
com o uso de dois volantes na ajuda aos três zagueiros, o que muitas vezes deixava equipes atuando
em um 5-3-2.
Foi assim, por exemplo, que a
seleção brasileira disputou a Copa
de 1990. Com Mauro Galvão de líbero e Dunga e Alemão como volantes, o time treinado por Sebastião Lazaroni fez péssima campanha, sendo eliminado nas oitavas-de-final pela Argentina.
Esse Mundial, além da proliferação dos esquemas com três zagueiros, reuniu uma penca de
equipes atuando no 4-4-2, com
um meio-campo de jogadores, na
maioria dos casos, de características defensivas.
Com tanto "medo", a Copa de
1990 teve a menor média de gols
da história _2,21 por confronto.
Alarmada com a falta de gols e
emoções, a Fifa resolveu agir.
Para o Mundial dos EUA, em
1994, alterou a tradicional forma
de bonificar uma vitória.
No lugar de dois pontos por
triunfo, passou a ser creditado para uma equipe vencedora três
pontos.
A mudança deu resultados tímidos na Copa dos EUA, em que o
3-5-2 e o conservador 4-4-2 novamente foram dominantes.
Já em 1998, na França, impulsionadas pelo que acontecia no futebol de clubes, as seleções passaram a atacar mais.
Os donos da casa, que ficaram
com o título, jogaram com uma linha de quatro zagueiros, mas
também com volantes e meias
que defendiam e atacavam com a
mesma eficiência. O Brasil também fez uma pequena inovação
com Zagallo, que criou o 4-3-1-2,
transformando praticamente um
meia em um atacante.
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