EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Transformar parte de uma propriedade particular em uma reserva ecológica é algo voluntário e não compulsório. Mas, se de um lado essas ações de formiguinha preservam os alterados biomas brasileiros, de outro, elas ainda são tímidas em termos quantitativos.
O Brasil tem hoje 908 áreas de proteção ambiental particular. A maior concentração, 603, está na mata atlântica, ecossistema mais destruído do país.
Em área, entretanto, isso responde por apenas 0,9% do que ainda resta desse bioma. A floresta atlântica tem apenas 13% da sua cobertura original ainda em pé atualmente.
O maior problema que a Frepesp (Federação das Reservas Ecológicas Particulares do Estado de São Paulo) enfrenta hoje, entretanto, não é quantitativo. A questão, segundo o empresário João Rizzieri, 40, é antes de mais nada qualitativa.
"Existem poucas reservas hoje com planos de manejo prontos. Resolver isso é mais importante até do que aumentar os números dessas propriedades", diz o empresário, também presidente da Frepesp.
Estimativas mostram que apenas 2% das reservas particulares estão abertas ao público para atividades de turismo. Leia-se, gerando alguma receita para os seus donos. O proprietário de uma reserva particular tem desconto de imposto. E também privilégios para alguns tipos de financiamentos.


Texto Anterior: Um cowboy na Amazônia
Próximo Texto: Amazônia repete sina da mata atlântica
Índice