São Paulo, sábado, 05 de junho de 2010

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Pisadas energéticas

Depois de bombar nas pistas, a ideia de transformar movimento humano em energia deve chegar às calçadas das metrópoles

Divulgação
Balada em Londres converte o agito da pista em energia

MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Toda semana, em Roterdã, na Holanda, 1.500 jovens fazem fila na porta de um clube para dançar e gerar energia.
A danceteria Watt foi a primeira do mundo a adotar a tecnologia que transforma pisadas em energia elétrica. As "soluções verdes" ali incluem banheiros com descarga que usa água captada da chuva e bebidas orgânicas. Mas o ponto alto mesmo é a pista, no porão da casa.
"O lado ecológico não é o principal. As pessoas querem se divertir, é isso que oferecemos", diz Trude Buitenhuis, da Sustainable Dance Club (SDC), ligada ao grupo LG, que criou o conceito.
Londres importou a ideia e abriu sua balada verde. A Surya, na Kings Cross, usa, além das pisadas energéticas, luz solar e vento. Seu criador, Andrew Charalambous, o "Dr. Earth", prega que dá para ser ao mesmo tempo hedonista e ecológico.
A proposta de transformar energia cinética, ou movimento humano, em eletricidade parece óbvia, mas para chegar ao modelo atual, o time criativo suou a camisa.
"Foram dois anos do esboço até o protótipo", revela Trude Buitenhuis, sem "abrir" a tecnologia usada. Ela se desvia do tema, dizendo que o piso está "em evolução", e em teste. O Camarote Expresso 2222, de Gilberto Gil, testou e aprovou a pista holandesa, no Carnaval.
A SDC desenvolve uma versão para ruas, que deve chegar ao mercado em 2011.
Toulouse, a capital tecnológica da França, fez um experimento do tipo, em abril, instalando as tais placas em uma calçada de oito metros.
"Uma quantidade imensa de energia é perdida na atividade urbana. Daí o sonho de reciclar parte dessa atividade em eletricidade", diz Alexandre Marciel, adjunto do prefeito de Toulouse.
Cada pedestre produziu até 60 watts. Um sucesso que só durou duas semanas. "Agora, vamos produzir em grande escala. Outras cidades já têm interesse", diz Marciel.


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