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GESTÃO DE MARCA
Para evitar envolvimento em denúncias, empresas devem divulgar erros e ajustes
Transparência é pré-requisito para prestar serviços
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Trabalho de prevenção. Esse é o
conselho de Charles Magno Medeiros, diretor da Lide Soluções
Integradas em Comunicação,
para evitar que possíveis problemas políticos maculem a imagem
da empresa que costuma vender
para o poder público.
"Se a relação com o governo não
for ética e transparente, a companhia terá problemas de imagem",
diz. Caso seja citada em algum escândalo, a corporação deve tomar
providências imediatas de esclarecimento. "Em toda crise, as primeiras 48 horas são as mais importantes", diz. "Se esse tempo for
perdido, surgem as incertezas."
Para Antonio Cosenza, professor de marketing da BBS (Brazilian Business School) e consultor
de empresas privadas, a participação em licitações já garante uma
boa figura à corporação do ponto
de vista legal. "É preciso estar em
dia com as obrigações para poder
participar do processo."
Do ponto de vista ético, no entanto, isso não é garantia de nada,
afirma ele. "Depende também da
atitude pública dos executivos",
diz. Outra boa forma de manter
"o brilho" é entregar ao cliente a
mercadoria ou o serviço prometidos e atender às suas expectativas,
já que nem só de maracutaias políticas se faz uma crise. "Nada de
se acomodar no limite mínimo de
qualidade", arremata.
Segundo Roberto Baungartner,
diretor de relações internacionais
da Ticket, do Grupo Accor, essa
visão faz parte do "DNA" da empresa. "Preocupamo-nos muito
com nossa legitimidade social."
O ticket, diz ele, é um instrumento de distribuição de renda.
"Nesse contexto, temos uma responsabilidade social", afirma. Para externar esse pensamento, a tática da companhia é participar de
seminários governamentais. "Vamos a público debater nossas
idéias com transparência", diz.
Foi com essa técnica, aliada à
adaptação tecnológica e ao investimento na equipe de funcionários, que Baungartner diz ter
"ajustado" a imagem da empresa
para enfrentar a concorrência.
Gestão de crises
A Nike, que foi acusada de favorecer o trabalho infantil por causa
da atuação de uma de suas parceiras (a empresa terceiriza a fabricação de seus produtos) em 1997, teve de ser agressiva. A crise foi detonada no Camboja, onde foi
constatado que a fabricante local
desobedeceu o código de conduta
da Nike e admitiu trabalhadores
menores de idade, o que causou a
rescisão do contrato.
Depois disso, o fundador e presidente da Nike na época, Phil
Knight, anunciou iniciativas para
aperfeiçoar as condições de trabalho. A empresa aumentou a estrutura e os recursos destinados ao
monitoramento, discussão e inovação de processos.
"Por isso a Nike faz parte da Fair
Labor Association e da Global
Alliance, entidades independentes que realizam pesquisas com os
funcionários das fábricas e divulgam seus resultados, o que nos
permite continuar a aperfeiçoar o
ambiente de trabalho de nossos
parceiros", conta Kátia Gianone,
gerente de comunicação corporativa da Nike do Brasil. (RGV)
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