São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2005

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SÉCULO DO CONHECIMENTO

Negócios globalizados

OZIRES SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nossa sociedade precisa se dar conta de que, há apenas cinco anos, alvoreceu o novo século -que já se desloca em velocidade de cruzeiro. O passado econômico e social mostra uma imagem de que o Brasil, embora um país absolutamente viável pelas suas características próprias, não deu certo. Falhamos? No caso afirmativo, onde?
É importante identificar o que foi bom e, sobretudo, o que não funcionou. Seria agora o momento de pensar sobre a estrutura e a organização da sociedade na qual vivemos. Sobre a cultura que foi desenvolvida nos nossos primeiros 500 anos de vida, que influenciou nossos pensamentos e ações, constatando-se a insatisfação de não termos conseguido construir um Brasil mais próspero e melhor.
O horizonte produtivo, que já tinha se alterado dramaticamente no século 20, continua a se modificar. Com rapidez, os antigos métodos de fazer negócios vêm se alterando. Os resultados mostram que estratégias e estruturas radicalmente diferentes são possíveis e vitais.
A tecnologia da informação, a privatização, a desregulamentação e a globalização influenciaram e geraram impactos sérios nas atuais estruturas produtivas e também mostram novas oportunidades, como nunca se viu no passado.
Essas variáveis mostram uma redução da vida dos produtos e dos serviços, a desnacionalização do consumidor e o crescimento das soluções a partir de grandes corporações, tudo influenciando mais os negócios.
Se o século 20 foi o das invenções e da produção em massa, o 21 deverá ser o do conhecimento. Nesse diferente mundo, acentua-se o valor das marcas comerciais, da qualidade e do trinômio performance/eficácia/ custo baixo como elementos fundamentais para a conquista de novos consumidores. Nesse desafiante cenário, mais e mais, o valor das empresas será medido por intangíveis como conhecimento, patentes, marcas e presença global.
Expande-se o conceito de inovação. Em resumo, tudo mostra mudanças que precisam impregnar a todos, produtores, consumidores e, principalmente, os governos -os quais, estranhamente, estão se considerando isentos do processo revolucionário que começou e certamente não parará.


Ozires Silva, 74, fundou e presidiu a Embraer por 21 anos e é presidente do Conselho de Administração da Heltter Assessoria Empresarial Ltda.

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