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SÉCULO DO CONHECIMENTO
Negócios globalizados
OZIRES SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Nossa sociedade precisa se dar
conta de que, há apenas cinco
anos, alvoreceu o novo século
-que já se desloca em velocidade de cruzeiro. O passado econômico e social mostra uma
imagem de que o Brasil, embora
um país absolutamente viável
pelas suas características próprias, não deu certo. Falhamos?
No caso afirmativo, onde?
É importante identificar o que
foi bom e, sobretudo, o que não
funcionou. Seria agora o momento de pensar sobre a estrutura e a organização da sociedade
na qual vivemos. Sobre a cultura
que foi desenvolvida nos nossos
primeiros 500 anos de vida, que
influenciou nossos pensamentos e ações, constatando-se a insatisfação de não termos conseguido construir um Brasil mais
próspero e melhor.
O horizonte produtivo, que já
tinha se alterado dramaticamente no século 20, continua a se
modificar. Com rapidez, os antigos métodos de fazer negócios
vêm se alterando. Os resultados
mostram que estratégias e estruturas radicalmente diferentes
são possíveis e vitais.
A tecnologia da informação, a
privatização, a desregulamentação e a globalização influenciaram e geraram impactos sérios
nas atuais estruturas produtivas
e também mostram novas oportunidades, como nunca se viu
no passado.
Essas variáveis mostram uma
redução da vida dos produtos e
dos serviços, a desnacionalização do consumidor e o crescimento das soluções a partir de
grandes corporações, tudo influenciando mais os negócios.
Se o século 20 foi o das invenções e da produção em massa, o
21 deverá ser o do conhecimento. Nesse diferente mundo,
acentua-se o valor das marcas
comerciais, da qualidade e do
trinômio performance/eficácia/
custo baixo como elementos
fundamentais para a conquista
de novos consumidores. Nesse
desafiante cenário, mais e mais,
o valor das empresas será medido por intangíveis como conhecimento, patentes, marcas e presença global.
Expande-se o conceito de inovação. Em resumo, tudo mostra
mudanças que precisam impregnar a todos, produtores,
consumidores e, principalmente, os governos -os quais, estranhamente, estão se considerando isentos do processo revolucionário que começou e certamente não parará.
Ozires Silva, 74, fundou e presidiu a
Embraer por 21 anos e é presidente do Conselho de Administração da Heltter
Assessoria Empresarial Ltda.
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