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Preparação brasileira para o Pan do Rio escancara abismo entre atletas que nunca haviam ido a um consultório médico e o uso de métodos de ponta para aprimorar performances
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os brasileiros já começam a usar tecnologia de ponta
para direcionar a
preparação para o
Pan. Mas, em muitas modalidades, ainda falta o essencial.
"Temos o dado que 60% dos
atletas de seleções, em todas as
categorias, nunca fizeram um
eletrocardiograma, que é um
exame básico", exemplifica
Marco Túlio de Mello, coordenador do Cepe-Unifesp (Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício da Universidade
Federal de São Paulo).
A situação ganha contornos
mais alarmantes quando o foco
se fecha em quem vai ao Rio.
"Desses atletas, 40% nunca tinham ido ao médico", espanta-se Nabil Ghorayeb, especialista
em cardiologia do esporte, cuja
equipe do Hospital do Coração
testou 300 pré-selecionados.
Segundo os dados coletados,
76% dos atletas têm coração
normal. Outros 22% mostraram alterações que não prejudicavam a prática esportiva. Já
2% deixaram parcialmente os
treinos para tratamento, como
Hilton da Silva, 17, do salto triplo, com arritmia.
"Mas não tivemos que tirar
definitivamente ninguém do
esporte", ressalta Ghorayeb.
Pela primeira vez, o Comitê
Olímpico Brasileiro bancou
exames físicos em uma delegação inteira que disputará uma
competição multiesportiva.
"Até o Pan, iremos examinar
todos", prevê o cardiologista.
Mas, se parte dos atletas debutou no consultório, há iniciativas que põem o país perto das
maiores potências do mundo.
Graças à isenção de imposto
para importação de equipamentos, esportes como o atletismo já usam aparelhos de
ponta para melhorar a preparação. Tudo por resultados
mais expressivos no Pan.
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