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Doações oficiais prometidas atingem US$ 5 bilhões
LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK
Motivações à parte, uma grande
quantidade de voluntários está
chegando e outra, de dinheiro,
sendo prometida às vítimas do
tsunami que devastou as costas de
13 países da Ásia e da África no dia
26. Governos e organismos multilaterais do mundo todo já prometeram cerca de US$ 5 bilhões em
ajuda, segundo dados compilados
pela Reuters.
Na última quinta, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, lançou uma campanha para arrecadar mais US$ 977 milhões. Mas a
distribuição e a aplicação dos recursos esbarram em problemas
de acesso. "Ainda há muitas áreas
para as quais ainda não conseguimos mandar gente, especialmente na costa oeste de Sumatra [Indonésia], onde não se chega por
terra", disse em comunicado Kevin M. Kennedy, diretor da divisão de Coordenação e Reação da
agência da ONU para questões
humanitárias, referindo-se ao
"marco zero" do tsunami.
Nos próximos dias, segundo
Kennedy, as operações de ajuda
humanitária deverão incorporar
a assistência militar internacional,
que trabalhará na recuperação de
infra-estrutura. A prioridade é a
rede rodoviária, pois o uso de helicópteros, embora fundamental
até agora, tem encarecido muito o
custo das operações, afirmou o
representante da ONU.
"Os helicópteros, que carregam
até meia tonelada de comida, são
extremamente importantes. Mas
o que vai mesmo ser necessário
são as estradas, por onde podem
passar caminhões com 10 ou 20
toneladas de suprimentos a um
custo muito menor", disse.
Progressos foram registrados.
No Sri Lanka, um dos países mais
atingidos, a expectativa era que
todas as vítimas -cerca de 750
mil pessoas- já tivessem recebido assistência básica até este fim
de semana. Nas Maldivas, cerca
de 50 mil pessoas já receberam
alimentos, e na Somália os esforços têm sido bem sucedidos, apesar das dificuldades impostas pela
geografia e pelos conflitos locais.
Em Sumatra, as fileiras da ONU
foram engrossadas por voluntários da Cruz Vermelha e de organizações não-governamentais.
"Estamos aumentando nossas entregas a cada dia, tanto de alimentos como de outros suprimentos",
disse Kennedy: "Mas continuamos muito preocupados com
questões de saúde, doenças respiratórias, malária e o tratamento
dos feridos", declarou.
Nos EUA, depois de ser acusado
de sovinice, o governo elevou sua
doação para US$ 350 milhões,
além de US$ 40 milhões gastos pela Defesa no destacamento de
pessoal e equipamento para a região atingida, após ser criticado.
Campanhas de arrecadação pipocam pelo país. Bancos programaram seus caixas eletrônicos
para convocar os americanos a
enviarem dólares às vítimas, enquanto sites de compras e de notícias, anúncios em jornais e comerciais na TV repetem o apelo à
exaustão. Autoridades se revezam
no anúncio de novas remessas,
empresas disputam a maior doação, e artistas e organizações esportivas anunciam eventos para a
arrecadação de fundos.
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