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Impacto nas seguradoras é pequeno
ÉRICA FRAGA
DE LONDRES
Uma medida da pobreza da
maior parte da população dos
países afetados pelo tsunami é dada pela fria contabilidade dos números da indústria de seguros. O
setor estima que os custos do maremoto serão relativamente baixos se comparados com outras
catástrofes naturais bem menos
devastadoras, mas que fizeram de
2004 o ano mais caro da história
das seguradoras por terem ocorrido em países desenvolvidos.
Centenas de eventos -que não
incluem o tsunami- como terremotos, furacões, ciclones, tufões e
tempestades tropicais causaram
prejuízo recorde total de US$ 40
bilhões para o setor de seguros no
ano passado. Sozinhos, no entanto, dez desastres naturais concentrados nos EUA, no Caribe, no Japão e na Coréia do Sul, que mataram 2.386 pessoas, foram responsáveis US$ 35,3 bilhões desse total, segundo dados da Munich Re,
maior resseguradora (empresa
que assume o risco de outras seguradoras) do mundo.
Já o tsunami que, segundo a última estimativa oficial teria feito
mais de 150 mil vítimas, deverá
custar cerca de US$ 5 bilhões às
seguradoras, segundo a maioria
dos analistas. Projeção divulgada
pela IUA (sigla em inglês para International Underwriting Association, que reúne empresas do
setor de seguros que operam em
Londres), aponta para prejuízos
de, no máximo, US$ 10 bilhões.
A discrepância entre os números de mortos e os custos das seguradoras decorrentes desses desastre naturais pode ser explicada
pelas diferenças socioeconômicos
dos países. "A região onde ocorreu o tsunami é composta por
países muito pobres, como Sri
Lanka Índia e Indonésia, onde a
densidade de seguros não é comparável com a de países industrializados", diz Peter Höppe, chefe
do departamento de pesquisa de
riscos geográficos da Munich Re.
A Munich Re estima que não
gastará mais do que 100 milhões (cerca de US$ 135 milhões)
com o tsunami. Sua concorrente,
a Swiss Re, segunda maior resseguradora do mundo, apresenta
uma projeção de gastos ainda menor: menos de 100 milhões de
francos suíços (o equivalente a
cerca de US$ 85 milhões).
Rudolf Enz, vice-chefe do departamento de pesquisa e consultoria da Swiss Re, revela que os
gastos per capita com seguro de
vida e com outros tipos de cobertura foram de, respectivamente,
US$ 1,657 mil e US$ 1,980 mil nos
Estados Unidos, em 2003. No
mesmo período, na Indonésia,
país mais afetado pelo tsunami, os
gastos per capita foram de, respectivamente, US$ 6,4 e US$ 8,1.
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