São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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PREPARAÇÃO

TEMPO SOBRA, OU FALTA


Calendário quadrienal, com a Copa dos Campeões, desnivelou treinos dos times para o Brasileiro


Apresentado em junho do ano passado com a promessa de "racionalizar" o futebol brasileiro, o calendário quadrienal é apontado pelos dirigentes como o principal responsável pelo tempo recorde de preparação de alguns dos maiores clubes do país para o Brasileiro.
Santos, Lusa, Guarani e Ponte, por exemplo, disputaram a última rodada do Rio-SP em 14 de abril. Depois disso, nada de partidas oficiais. Só amistosos ou jogos-treinos.
Como apenas Corinthians, Palmeiras e São Paulo se classificaram para a fase final do Paulista e para a Copa dos Campeões, o quarteto ficou de fora das duas competições e acabou tendo 115 dias para se preparar para o Nacional.
O Botafogo-RJ também foi eliminado na primeira fase do Rio-SP, mas ainda atuou até 8 de junho, embora com uma equipe mista, no desprestigiado Estadual do Rio.
Foi o mesmo caso do Inter, que se sagrou campeão gaúcho no início de junho com uma vitória sobre o 15 de Novembro.
Fora da segunda fase dos regionais, os dois clubes também não obtiveram vaga na Copa dos Campeões, em julho, o que aumentou o período de descanso forçado.
Nesse intervalo, a saída foi apelar para os amistosos. O Santos, de técnico novo - Emerson Leão substituiu Celso Roth -, viajou até Nova York para enfrentar o Glasgow Rangers, da Escócia. E, na Vila Belmiro, jogou contra Corinthians e Ponte Preta.
O Botafogo, em crise financeira, perdeu a chance de enfrentar o Paris Saint-Germain e o Sporting, de Portugal, pois não teve dinheiro para o custeio das passagens aéreas.
O curioso, no entanto, é que o mesmo calendário é apontado pelos dirigentes como o responsável pelo pouco tempo de preparação de outras equipes. É o caso de Cruzeiro e Paysandu, finalistas da Copa dos Campeões. As duas equipes disputaram o título no domingo e tiveram apenas uma semana para se preparar para o Brasileiro.
Em situação semelhante está o São Caetano, que teve o mês de junho sem jogos, mas encarou em seguida duas competições -a Copa dos Campeões e a Libertadores-, a última encerrada na semana passada.
O calendário de 2002 também "premiou" os brasileiros que disputaram a Copa do Mundo e atuam no país. Sete deles tiveram que jogar a Copa dos Campeões, que teve início apenas três dias depois do penta.
O goleiro Marcos, por exemplo, atuou pela seleção brasileira na final contra a Alemanha, em 30 de junho e, mesmo contundido, teve que se apresentar a Wanderley Luxemburgo no Nordeste, onde o Palmeiras disputava o torneio em questão.
Menos descanso ainda tiveram o goleiro Rogério e o meia Kaká. Apenas uma semana após a conquista do Mundial, entraram em campo em Natal para defender o São Paulo contra o Cruzeiro.



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