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O SORTEIO DAS CHAVES
Argentinos e italianos terão como rivais seleções top 10 no ranking da Fifa em seus grupos
Sorteio opõe "patrícios" e joga Itália e Argentina nos grupos da morte
DA REPORTAGEM LOCAL
A Copa do ano que vem reservou confrontos de técnicos contra
seleções de seus países natais e
muitas dificuldades para que Argentina e Itália passem para a segunda fase do Mundial.
Dois técnicos que comandam
seleções que não são de seus países serão obrigados a colocar de
lado o sentimento de patriotismo
em jogos na primeira fase.
No Grupo B, a Inglaterra do
sueco Sven-Goran Eriksson enfrentará o time da terra de seu
treinador. No F, o Brasil verá como adversário Zico, um dos
maiores jogadores da história do
futebol nacional e que estará no
banco de reservas usando as cores
do Japão, o último adversário da
seleção de Carlos Alberto Parreira
na fase inicial da Copa.
"Por enquanto não quero nem
pensar em Brasil. Tenho que me
concentrar no primeiro jogo contra a Austrália", disse Zico.
Mas, enquanto Eriksson e Zico
quebrarão a cabeça para tentar
bater seus respectivos compatriotas, o sorteio de ontem em Leipzig
deixou argentinos e italianos com
o peso de terem caído nos dois
grupos que foram considerados
como os mais difíceis do Mundial.
A Itália, que foi designada como
cabeça-de-chave do Grupo E, terá
de passar por Gana, República
Tcheca e EUA se não quiser sair
precocemente da competição que
não ganha desde 1982.
Os ganeses chegam ao Mundial
como um dos mais fortes times
africanos na disputa, apesar de serem estreantes em Copas. Os EUA
e a República Tcheca se credenciam por figurarem entre os top
10 no último ranking da Fifa, ambos à frente dos italianos, que estão em 12º -os norte-americanos têm a oitava melhor seleção
do mundo, segundo a lista da entidade, e os tchecos ocupam a segunda posição.
A Argentina encabeçará a chave
C, e pela segunda Copa seguida
cai num grupo que ganha a pecha
de ser "mortal" dado o nível técnico dos integrantes.
Assim como a Itália na chave E,
os argentinos -quarto colocados
no ranking- terão a companhia
de uma das dez melhores seleções
do planeta: a Holanda, que engrenou desde que Marco van Basten
passou a treiná-la. Sérvia e Montenegro, que antes do sorteio estava designada para cair num dos
grupos encabeçados por seleções
da América, não era desejado como adversário por nenhum cabeça-de-chave.
De quebra, os argentinos serão
obrigados a estrear contra a Costa
do Marfim, que chegou ao Mundial depois de eliminar Camarões.
Enquanto argentinos e italianos
já se preocupam com seus fortes
adversários da primeira fase, a seleção de Portugal celebra a sorte
que acompanha o técnico Luiz
Felipe Scolari. Se na Copa anterior
o treinador teve, à frente do Brasil,
rivais na primeira fase que não estavam entre os favoritos - pegou
Turquia, China e Costa Rica no
começo do Mundial- desta vez
Scolari tentará cumprir a promessa de colocar os portugueses entre
os oito melhores do mundo a partir do Grupo D.
A chave, que tem México como
cabeça-de-chave (o mais contestado entre os oito), conta com a
estreante Angola, sua ex-colônia
africana, e o Irã, sem muita tradição em disputas internacionais.
Scolari, no entanto, classificou
sua chave como "a mais difícil" do
Mundial. "Se eu quero o meu pessoal jogando tudo, tenho que pensar assim. Não tem nada de fácil"
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