São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O SORTEIO DAS CHAVES

Argentinos e italianos terão como rivais seleções top 10 no ranking da Fifa em seus grupos

Sorteio opõe "patrícios" e joga Itália e Argentina nos grupos da morte

DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa do ano que vem reservou confrontos de técnicos contra seleções de seus países natais e muitas dificuldades para que Argentina e Itália passem para a segunda fase do Mundial.
Dois técnicos que comandam seleções que não são de seus países serão obrigados a colocar de lado o sentimento de patriotismo em jogos na primeira fase.
No Grupo B, a Inglaterra do sueco Sven-Goran Eriksson enfrentará o time da terra de seu treinador. No F, o Brasil verá como adversário Zico, um dos maiores jogadores da história do futebol nacional e que estará no banco de reservas usando as cores do Japão, o último adversário da seleção de Carlos Alberto Parreira na fase inicial da Copa.
"Por enquanto não quero nem pensar em Brasil. Tenho que me concentrar no primeiro jogo contra a Austrália", disse Zico.
Mas, enquanto Eriksson e Zico quebrarão a cabeça para tentar bater seus respectivos compatriotas, o sorteio de ontem em Leipzig deixou argentinos e italianos com o peso de terem caído nos dois grupos que foram considerados como os mais difíceis do Mundial.
A Itália, que foi designada como cabeça-de-chave do Grupo E, terá de passar por Gana, República Tcheca e EUA se não quiser sair precocemente da competição que não ganha desde 1982.
Os ganeses chegam ao Mundial como um dos mais fortes times africanos na disputa, apesar de serem estreantes em Copas. Os EUA e a República Tcheca se credenciam por figurarem entre os top 10 no último ranking da Fifa, ambos à frente dos italianos, que estão em 12º -os norte-americanos têm a oitava melhor seleção do mundo, segundo a lista da entidade, e os tchecos ocupam a segunda posição.
A Argentina encabeçará a chave C, e pela segunda Copa seguida cai num grupo que ganha a pecha de ser "mortal" dado o nível técnico dos integrantes.
Assim como a Itália na chave E, os argentinos -quarto colocados no ranking- terão a companhia de uma das dez melhores seleções do planeta: a Holanda, que engrenou desde que Marco van Basten passou a treiná-la. Sérvia e Montenegro, que antes do sorteio estava designada para cair num dos grupos encabeçados por seleções da América, não era desejado como adversário por nenhum cabeça-de-chave.
De quebra, os argentinos serão obrigados a estrear contra a Costa do Marfim, que chegou ao Mundial depois de eliminar Camarões.
Enquanto argentinos e italianos já se preocupam com seus fortes adversários da primeira fase, a seleção de Portugal celebra a sorte que acompanha o técnico Luiz Felipe Scolari. Se na Copa anterior o treinador teve, à frente do Brasil, rivais na primeira fase que não estavam entre os favoritos - pegou Turquia, China e Costa Rica no começo do Mundial- desta vez Scolari tentará cumprir a promessa de colocar os portugueses entre os oito melhores do mundo a partir do Grupo D.
A chave, que tem México como cabeça-de-chave (o mais contestado entre os oito), conta com a estreante Angola, sua ex-colônia africana, e o Irã, sem muita tradição em disputas internacionais.
Scolari, no entanto, classificou sua chave como "a mais difícil" do Mundial. "Se eu quero o meu pessoal jogando tudo, tenho que pensar assim. Não tem nada de fácil"


Texto Anterior: Opinião - Tostão: Seleção teve sorte de novo na bolinha
Próximo Texto: Multimídia: Vizinhos lamentam "grupo da morte" pela 2ª vez seguida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.