São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
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Eles foram vítimas dos elevadores

da Reportagem Local

A tradutora Maria Fernanda Mazzuco, 33, havia acabado sua aula de alemão e estava chegando em casa quando o elevador parou no sexto andar. Ela mora no nono.
Fernanda tentou abrir a porta, mas estava entre dois andares. Resolveu então esperar alguns minutos quando o elevador começou a se mover, descendo até o quarto andar e provocando um início de pânico nela.
"Nessa hora, fiquei com medo que ele descesse de vez, mas então parou de novo e dessa vez consegui abrir a porta e saltar para o piso do quarto andar", conta.
Como no prédio em que Fernanda mora a único acesso às escadas é pela entrada de serviço dos apartamentos, ela tentou bater na porta dos dois vizinhos do andar para que pudesse entrar, chegar até a escada e subir até o nono andar. Não obteve sucesso. O zelador informou, pelo celular, que um deles estava viajando e o outro, "uma senhora que nunca sai de casa", tinha ido ao aniversário da filha.
"Telefonei para uma amiga, mas foi o tempo de dizer que tinha ficado presa no elevador para a bateria do celular acabar", diz.
Incomunicável, Fernanda resolveu "estender" no chão vários livros que estava carregando e dormir no hall do apartamento.
"Fui acordada antes da 1h pelo zelador e pela velhinha que havia chegado. Subi até meu apartamento pelas escadas e descobri que aquela amiga com quem eu havia falado ficou desesperada."
"Telefonei para eles, que me sacanearam muito, e fui dormir."
Um pouco menos de sorte teve um grupo de pessoas que estava fazendo um curso no prédio da igreja Batista na Vila Mariana. A aula, que reunia cerca de 30 pessoas, acabou em torno de 22h10 e um grupo de oito estudantes ficou preso no elevador.
"Fui acompanhar as pessoas que desciam pelas escadas e escutei barulho no elevador, chamei os bombeiros, que têm um posto na esquina. Eles movimentaram o elevador manualmente e tiraram as pessoas de lá. Estavam muito suadas, principalmente porque havia três gordinhos, e nervosas", conta o responsável pela lanchonete do prédio, Álvaro Cunha.


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