São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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SERVIÇOS

Trabalho temporário tem influência sobre demissão

Empresas chamam profissionais por projeto, alguns como pessoa jurídica

Oscilação da demanda por mão de obra faz o setor campeão em contratações liderar também em dispensas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O setor que mais contratou profissionais de nível superior foi o que mais demitiu. De acordo com pesquisa Datafolha, 64% das empresas os dispensaram no primeiro trimestre, contra 46% no comércio e 44% na indústria.
Baixo desempenho do funcionário (41%) e pedido de demissão (37%) foram as principais causas do desligamento, segundo a pesquisa.
As empresas do ramo de serviços foram as únicas que responderam ter demitido devido ao término de contrato de trabalho (12%).
A principal razão para isso é o aumento de empregos temporários, avalia Paulo Lofretta, presidente da Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços).
"É o setor que mais os contrata, inclusive para cargos qualificados, como gerentes e executivos", completa.
Ele diz que é comum pessoas trabalharem em projetos que duram até seis meses e depois serem dispensadas.
Vander Morales, presidente da Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário), vê essa estratégia como uma tendência de mercado.

MAIS BARATO
Sócrates Melo, gerente da consultoria Robert Half, afirma que contratar temporários é cerca de 35% mais barato para empresas. "Muitas delas têm necessidades pontuais", pondera.
O Datafolha também mostra que o setor foi o que mais contratou (33%) e demitiu (37%) engenheiros no primeiro trimestre. "Recontratou os que foram demitidos da indústria na crise", afirma o presidente do Seesp (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo), Murilo Celso de Campos Pinheiro.
O setor foi ainda o que mais recrutou analistas financeiros (16%) e profissionais de TI (11%). Os de TI e os de engenharia são apontados por especialistas como os que mais atuam como pessoas jurídicas.
"É reflexo da falta de mão de obra", avalia Ruben Delgado, presidente da Assespro Nacional (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação).
Para Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), muitos na área financeira emitem nota, mas a maioria preferia ser contratada. (AA)


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