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SERVIÇOS
Trabalho temporário tem influência sobre demissão
Empresas chamam profissionais por projeto, alguns como pessoa jurídica
Oscilação da demanda por mão de obra faz o setor campeão em contratações liderar também em dispensas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O setor que mais contratou
profissionais de nível superior foi o que mais demitiu.
De acordo com pesquisa Datafolha, 64% das empresas
os dispensaram no primeiro
trimestre, contra 46% no comércio e 44% na indústria.
Baixo desempenho do
funcionário (41%) e pedido
de demissão (37%) foram as
principais causas do desligamento, segundo a pesquisa.
As empresas do ramo de
serviços foram as únicas que
responderam ter demitido
devido ao término de contrato de trabalho (12%).
A principal razão para isso
é o aumento de empregos
temporários, avalia Paulo
Lofretta, presidente da Cebrasse (Central Brasileira do
Setor de Serviços).
"É o setor que mais os contrata, inclusive para cargos
qualificados, como gerentes
e executivos", completa.
Ele diz que é comum pessoas trabalharem em projetos que duram até seis meses
e depois serem dispensadas.
Vander Morales, presidente da Asserttem (Associação
Brasileira das Empresas de
Serviços Terceirizáveis e de
Trabalho Temporário), vê essa estratégia como uma tendência de mercado.
MAIS BARATO
Sócrates Melo, gerente da
consultoria Robert Half, afirma que contratar temporários é cerca de 35% mais barato para empresas. "Muitas
delas têm necessidades pontuais", pondera.
O Datafolha também mostra que o setor foi o que mais
contratou (33%) e demitiu
(37%) engenheiros no primeiro trimestre. "Recontratou os que foram demitidos
da indústria na crise", afirma
o presidente do Seesp (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo), Murilo
Celso de Campos Pinheiro.
O setor foi ainda o que
mais recrutou analistas financeiros (16%) e profissionais de TI (11%). Os de TI e os
de engenharia são apontados por especialistas como os
que mais atuam como pessoas jurídicas.
"É reflexo da falta de mão
de obra", avalia Ruben Delgado, presidente da Assespro Nacional (Associação
das Empresas Brasileiras de
Tecnologia da Informação).
Para Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec
(Associação dos Analistas e
Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais),
muitos na área financeira
emitem nota, mas a maioria
preferia ser contratada.
(AA)
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