São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2001

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Piloto avisou torre de controle e passageiros teriam tentado reagir

DA REDAÇÃO

O piloto do vôo 11 da American Airlines, o primeiro avião a se chocar com o World Trade Center, secretamente mandou mensagens para os controladores aéreos durante grande parte do vôo, relatou o jornal americano "The Christian Science Monitor".
O jornal, citando entrevistas com dois controladores de vôo que não quiseram se identificar, declarou que o piloto aparentemente apertava um botão nos comandos do avião que permite que as torres ouçam a conversa.
"O botão estava sendo apertado intermitentemente durante quase todo o percurso até Nova York", afirmou um dos controladores. "Ele queria que a gente soubesse que algo estava errado. Quando ele apertou o botão e o terrorista falou, soubemos. Havia essa voz claramente ameaçando o piloto."
Durante as transmissões, a voz do piloto e a do sequestrador, com forte sotaque, eram claramente audíveis, disseram os controladores. Todas as transmissões foram gravadas e teriam sido entregues a agentes do governo.
Os controladores começaram a perceber que algo estava errado com o vôo 11 quando a aeronave não obedeceu a um comando para subir até a altitude de 9.500 m.
Aproximadamente na mesma hora, com 20 minutos de vôo, o transponder do avião deixou de funcionar, impedindo os controladores de saber a altitude da aeronave. Mesmo assim, o avião ainda era visível por radar.
"Então o avião virou [em direção sul, rumo a Nova York", e entrou a transmissão com a voz do terrorista ao fundo."
Os controladores também disseram ter ouvido um dos sequestradores dizendo algo como: "Nós temos mais aviões", apesar de não terem entendido o significado.
Outro controlador do Centro de Controle da Administração Federal de Aviação, em Nova Hampshire, confirmou os fatos. "A pessoa na cabine falava em inglês. Ele dizia algo como: "Não faça nada tolo. Você não vai se machucar".

Plano de ataque
Pouco antes do choque que matou todas as 45 pessoas a bordo, os passageiros do vôo 93 da United Airlines, que caiu no Estado da Pensilvânia, bolaram um plano para tentar tirar dos sequestradores o comando da aeronave.
Cerca de dez minutos antes da queda do avião, o passageiro Jeremy Glick ligou do celular para sua mulher. Ele teria dito que vários passageiros estavam planejando interceptar os terroristas.
Outro passageiro, Thomas Burnett, também ligou para sua mulher logo antes da queda. Ele teria dito: "Sei que vamos morrer, mas três de nós vamos fazer algo".
Segundo o relato de Glick, o avião havia sido controlado por três homens com traços árabes, usando panos vermelhos na cabeça. Segurando facas e uma caixa vermelha que supostamente conteria uma bomba, os sequestradores mandaram todos os passageiros e a tripulação ficar no fundo do avião e tomaram o controle.
As autoridades não sabem se essa possível reação teria sido a causa da queda do avião. O Boeing-757 da United Airlines foi o único dos quatro aviões sequestrados que não acertou um alvo.


Com agências internacionais


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