São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2001

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Americanos fazem fila para doar sangue

France Presse
Em Washington, corredor da Cruz Vermelha lotado para doação


DA REDAÇÃO

Movidos por sentimento de solidariedade e patriotismo, milhares de norte-americanos correram ontem aos hospitais para doar sangue. Centros de coleta provisórios foram montados em todo o país, inclusive na Casa Branca, onde os funcionários fizeram a doação a pedido do próprio presidente George W. Bush.
Mais de 60 mil sacos de sangue estavam a disposição ontem nos hospitais de Nova York e Washington, as duas cidades atingidas pelos ataques.
Em Nova York, as pessoas que se dirigiram diretamente aos hospitais tiveram de ser enviadas a outras instituições por falta de pessoal para atender tanta gente. E, em Washington, a Cruz Vermelha teve de instalar unidades provisórias para descongestionar os centros de doação, que registraram filas enormes.
Key Kidder, que mora perto do Pentágono, disse ter esperado durante uma hora e meia, mas muita gente ficou até três horas na fila. "Esperaria tanto quanto fosse necessário. Tenho de me sentir útil. Doar meu sangue é uma das pequenas coisas que posso fazer", afirmou.
Emissoras de rádio que haviam incentivado a doação de sangue tiveram, depois, de pedir calma aos ouvintes. Na metade da manhã, os médicos em Washington foram obrigados a pedir aos doadores que voltassem outro dia. "Pedimos que as pessoas sejam pacientes. Não é só hoje que precisamos de sangue. Precisamos de sangue permanentemente", disse um porta-voz da Cruz Vermelha.
Em Miami, na Flórida, Brian Dow, funcionário de uma imobiliária, ficou impressionado com a quantidade de doadores. "Não consegui nem achar um lugar para estacionar o carro. Havia tanta gente que terei de voltar em um ou dois dias", comentou.
Milhares de pessoas também se ofereceram como voluntários. Só nas dez primeiras horas após o ataque, cerca de 1,4 milhão de norte-americanos haviam chamado o número nacional da Cruz Vermelha, que, em dias normais, recebe 4.000 chamadas.
"Nosso centro de doação foi inundado por centenas de voluntários que queriam fazer o que estivesse em suas mãos diante dos trágicos acontecimentos", disse Susan Sponar, da Cruz Vermelha em Washington.
A Associação dos Hospitais da Grande Nova York disse que os setores de emergência da cidade atenderam mais de 1.500 pessoas. Na capital, o Washington Hospital Center disse que 15 feridos no ataque continuam internados.

Com agências internacionais



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