São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2001

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Atentado pode atrasar retomada econômica

DA REPORTAGEM LOCAL

Os terroristas podem não ter pensado sobre o assunto, mas fizeram os ataques no momento mais apropriado para ferir a economia americana e, por extensão, a mundial.
"Eles fizeram a coisa errada no momento errado", diz o brasileiro Walter Mendes, que dirige, em Londres, os investimentos para a América Latina da administradora de recursos Schroders, dona de uma carteira de US$ 200 bilhões.
Na avaliação de Mendes, o que impedia a economia americana de cair ainda mais era a disposição dos consumidores de seguir comprando, mesmo com um cenário adverso. Com os ataques, essa disposição pode mudar.
"O que impedia os EUA de entrarem em recessão era a disposição dos consumidores", diz ele. "Como o desemprego está em alta, as pessoas podem ficar com mais medo ainda."
Além disso, diz Mendes, a grande questão que está em jogo é a reação política. Se houver uma guerra, com efeitos sobre o preço do petróleo, a crise pode ser bem mais grave.
"Uma nova alta do petróleo teria um forte efeito recessivo sobre a economia mundial, mas ainda é cedo para saber se isso vai ocorrer", diz Mendes.
Na época da Guerra do Golfo, o barril do petróleo subiu para US$ 40. Hoje, está por volta de US$ 30. "A situação é mais complicada porque as economias dos Estados Unidos, do Japão e da Europa estão numa situação frágil."


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