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Custo adicional com segurança deve piorar posição do setor aéreo
CLAUDIA ROLLI
DA REDAÇÃO
Analistas do setor aéreo internacional prevêem que os custos
adicionais com segurança e taxas
de renovação de seguro, a partir
de agora, vão provocar aumento
no preço das passagens e uma onda de quebradeira de empresas e
aeroportos. Ontem, uma companhia norte-americana anunciou o
encerramento de suas operações.
O impacto será ainda maior
com a retração do turismo internacional após os atos terroristas
nos Estados Unidos. Especialistas
consideram que esse foi um golpe
para a indústria de aviação, que já
vinha sofrendo com a perda de
passageiros desde a década de 90.
A Midway Airlines, companhia
regional sediada na Carolina do
Norte, demitiu ontem 1.700 funcionários e suspendeu vôos futuros. Ela estava em processo de falência e informou que não teria
condições de sobreviver. "Não temos recursos para nos reorganizarmos neste momento."
A redução do tráfego aéreo também fez as ações das companhias
caírem nas Bolsas.
Ontem, os EUA decidiram
prorrogar por tempo indeterminado o fechamento dos aeroportos. Estima-se que 4.000 vôos comerciais, quase um terço do total
no mundo, não decolaram desde
terça-feira. Antes do ataque, as
aviações comerciais norte-americanas já previam prejuízos neste
ano de US$ 3,5 bilhões. Segundo
analistas, de 91 a 93, as perdas foram de US$ 9,5 bilhões, agravadas
pela guerra do Golfo. Agora, as
previsões são mais pessimistas.
Para a companhia alemã Lufthansa, a indústria de aviação vai
sofrer "seriamente" com os ataques terroristas. "Isso significa
perdas para toda a indústria aérea", disse o chefe-executivo da
Lufthansa, Juergen Weber.
A empresa já estuda a redução
de vôos para os EUA e o Canadá.
Com o fechamento dos 15 mil aeroportos norte-americanos, a
Lufthansa cancelou 28 vôos, afetando 16 mil passageiros.
Os prejuízos poderão ser ainda
maiores, na opinião de consultores, porque a Administração Federal de Aviação vai impor restrições ainda maiores. Além dos
custos com infra-estrutura, os aeroportos também terão problemas com o atendimento.
Segundo o especialista Dan Solon, da consultoria Advark, os aeroportos ficarão lotados e serão
forçados a diminuir suas escalas.
"Os aeroportos dos EUA podem
ficar paralisados com o excesso de
segurança", disse Peter Harbison,
analista da Asia Pacific.
Reforçar a segurança das cabines dos aviões e exigir identificação digital de passageiros podem
ser medidas exigidas a curto prazo. "As tarifas deverão subir porque alguém terá de pagar por essas mudanças", disse Phil Hayes,
especialista do setor. Os mais afetados devem ser as empresas e os
aeroportos de pequeno e médio
portes.
Com agências internacionais
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