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ORTOPEDIA
Referência para atletas
Especialista em joelho, Gilberto Camanho já operou esportistas de várias equipes
Marisa Cauduro/Folha Imagem
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Gilberto Camanho
DA REPORTAGEM LOCAL
Filho de um cirurgião-geral,
o ortopedista Gilberto Camanho, 61, diz que nunca se imaginou fazendo outra coisa além
da medicina. "É possível que a
profissão do meu pai tenha me
influenciado, mas parece que é
algo que nasceu comigo."
Já a escolha pela ortopedia
surgiu devido ao gosto pelo esporte. Ele já praticou vários:
basquete, vôlei, atletismo. Hoje, joga golfe pelo menos uma
vez por semana.
Formado na PUC-SP em
1970, Camanho se tornou um
dos maiores nomes da medicina esportiva do país -médicos
como Joaquim Grava, do Corinthians, e Carlos Braga, do
Santos, estagiaram com ele. Especialista em joelho, já operou
jogadores de vários times. Mas,
na hora de torcer, fica na arquibancada alviverde: é palmeirense "doente" e vai ao estádio
sempre que pode.
O médico mantém intensa
atividade como pesquisador.
"Os estudos mais interessantes
são na área de cartilagem, que
está evoluindo muito. Os materiais e os exames são muito
avançados e isso nos permite
ousar mais", diz.
Autor do primeiro livro brasileiro sobre patologia do joelho, tem mais dois publicados e
está trabalhando no quarto,
voltado para estudantes de graduação em medicina e escrito
em parceria com outros professores da USP.
Subespecialidades
Do início da carreira para cá,
Camanho viu as especialidades
serem cada vez mais divididas
em subespecialidades. "Quando comecei, estudávamos toda
a ortopedia. Agora estudamos
joelho, ombro, mão... Isso permitiu um desenvolvimento
muito grande, até porque ninguém consegue dominar todo o
conhecimento de uma área,
mas também encareceu o exercício da medicina", afirma.
Ele acredita que a medicina
caminha para um atendimento
mais "institucional". "Não vai
ser mais a medicina do médico
com o paciente. Se a pessoa tiver um problema na mão, por
exemplo, irá a um hospital de
ortopedia e, lá, será encaminhada aos especialistas. Pode
haver perda na relação humanitária, o que é ruim, mas é inexorável, não vejo outra saída."
Em sua clínica, porém, faz
questão de examinar todos os
pacientes. "Faço um tipo de
medicina que é pessoal. Tenho
três assistentes, mas quem vê
os doentes sou eu."
Isso contribui para que Camanho "ainda trabalhe muito":
só em 2008, foram mais de 900
consultas novas -fora os pacientes antigos.
De família italiana, ele passou a infância no bairro da
Mooca, em São Paulo. É casado,
tem dois filhos e diz que pretende diminuir o ritmo progressivamente. Mas, mesmo
após a aposentadoria, quer se
manter ativo. "A vida universitária é muito rica, a gente adquire uma grande experiência.
Gostaria de continuar fazendo
consultoria, lidando com livros.
Quero continuar na área -e jogando golfe cada vez mais."
(FLÁVIA MANTOVANI)
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