São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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ORTOPEDIA

Referência para atletas

Especialista em joelho, Gilberto Camanho já operou esportistas de várias equipes

Marisa Cauduro/Folha Imagem
Gilberto Camanho

DA REPORTAGEM LOCAL

Filho de um cirurgião-geral, o ortopedista Gilberto Camanho, 61, diz que nunca se imaginou fazendo outra coisa além da medicina. "É possível que a profissão do meu pai tenha me influenciado, mas parece que é algo que nasceu comigo."
Já a escolha pela ortopedia surgiu devido ao gosto pelo esporte. Ele já praticou vários: basquete, vôlei, atletismo. Hoje, joga golfe pelo menos uma vez por semana.
Formado na PUC-SP em 1970, Camanho se tornou um dos maiores nomes da medicina esportiva do país -médicos como Joaquim Grava, do Corinthians, e Carlos Braga, do Santos, estagiaram com ele. Especialista em joelho, já operou jogadores de vários times. Mas, na hora de torcer, fica na arquibancada alviverde: é palmeirense "doente" e vai ao estádio sempre que pode.
O médico mantém intensa atividade como pesquisador. "Os estudos mais interessantes são na área de cartilagem, que está evoluindo muito. Os materiais e os exames são muito avançados e isso nos permite ousar mais", diz.
Autor do primeiro livro brasileiro sobre patologia do joelho, tem mais dois publicados e está trabalhando no quarto, voltado para estudantes de graduação em medicina e escrito em parceria com outros professores da USP.

Subespecialidades
Do início da carreira para cá, Camanho viu as especialidades serem cada vez mais divididas em subespecialidades. "Quando comecei, estudávamos toda a ortopedia. Agora estudamos joelho, ombro, mão... Isso permitiu um desenvolvimento muito grande, até porque ninguém consegue dominar todo o conhecimento de uma área, mas também encareceu o exercício da medicina", afirma.
Ele acredita que a medicina caminha para um atendimento mais "institucional". "Não vai ser mais a medicina do médico com o paciente. Se a pessoa tiver um problema na mão, por exemplo, irá a um hospital de ortopedia e, lá, será encaminhada aos especialistas. Pode haver perda na relação humanitária, o que é ruim, mas é inexorável, não vejo outra saída."
Em sua clínica, porém, faz questão de examinar todos os pacientes. "Faço um tipo de medicina que é pessoal. Tenho três assistentes, mas quem vê os doentes sou eu."
Isso contribui para que Camanho "ainda trabalhe muito": só em 2008, foram mais de 900 consultas novas -fora os pacientes antigos.
De família italiana, ele passou a infância no bairro da Mooca, em São Paulo. É casado, tem dois filhos e diz que pretende diminuir o ritmo progressivamente. Mas, mesmo após a aposentadoria, quer se manter ativo. "A vida universitária é muito rica, a gente adquire uma grande experiência. Gostaria de continuar fazendo consultoria, lidando com livros. Quero continuar na área -e jogando golfe cada vez mais." (FLÁVIA MANTOVANI)


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