São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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ONCOLOGIA

'Tentar de tudo só acrescenta sacrifício'

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O oncologista Sergio Daniel Simon, 58, conta que, quando se formou, em 1973, a especialidade em oncologia nem existia no Brasil. Foi durante a residência, nos EUA, que ele se interessou pela área. "Os tratamentos eram tóxicos e muito pouco eficazes, a evolução dos pacientes era muito difícil."
O interesse do recém-formado transformou-se no entusiasmo do médico experiente. "Hoje, os pacientes vivem mais e melhor." Ele cita a paciente que acaba de sair do consultório. "Ela tem 84 anos, tratou-se de um câncer e vai passar férias em Itacaré [BA], aquele fim de mundo... Isso não existia."
Para Simon, o médico deve sempre dizer a verdade ao paciente e saber onde parar. "Tentar de tudo, se há pouca chance de sucesso, só acrescenta sacrifícios físicos, emocionais e materiais."
Neste ano, Simon passa a dar aulas na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "Sou velho [para a carreira acadêmica], mas quis começar. A oncologia no Brasil se desenvolveu fora da universidade. Agora, isso está mudando."
Casado, Simon tem três filhos e três netos. Embora nenhum filho tenha seguido a carreira médica, ele aposta no neto mais velho, de três anos. "Ele só brinca de médico, tem estetoscópio, tira a pressão..." Aposta também no futuro da oncologia, cuja evolução viu de perto: "A virada nos últimos anos foi tão grande que eu tenho certeza de que, se eu não estiver aqui para ver a cura do câncer, meu neto vai estar". (IB)


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