SÍLVIA CORRÊA
FABÍOLA SALANI
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

Favorecida pelas falhas das concorrentes e por uma sequência de desfiles tímidos, a Vai-Vai deixou o Sambódromo ontem de manhã como favorita ao título de campeã do Grupo Especial de São Paulo.
Entre as 19h30 de sábado e as 8h40 de ontem, 12 escolas desfilaram. No geral, as apresentações não chegaram a empolgar as cerca de 30 mil pessoas que lotavam camarotes e arquibancadas, o que deve tornar ainda mais técnica a avaliação feita pelos 50 jurados que acompanharam os desfiles.
Foi aí que a Vai-Vai levou vantagem. A escola evoluiu bem -não deixou espaço entre as alas nem mesmo no recuo da bateria-, trouxe fantasias luxuosas e bem acabadas, abusou de fogos de artifício e efeitos especiais, não teve problemas sérios com os carros alegóricos e desenvolveu de forma clara o enredo "Nostradamus".
O mesmo não ocorreu com a Rosas de Ouro e a Nenê de Vila Matilde, as mais fortes concorrentes da Vai-Vai.
A Rosas, que também fez uma apresentação técnica, enfrentou problemas com o abre-alas antes do desfile. E a Nenê, escola que mais empolgou o público, teve um carro quebrado na concentração, o que pode ter reflexos em suas notas de enredo e alegorias.
Se na avenida correu tudo bem, nos bastidores do desfile da Vai-Vai os ânimos estavam exaltados.
Contra a vontade do carnavalesco Chico Spinosa, a diretoria da escola tarjou as suásticas das fantasias da ala "Hitler". O pedido foi feito pela comunidade judaica, que chegou a entrar na Justiça contra a exibição do adereço, mas teve o pedido de liminar negado.
"Isso é censura, uma coisa que não admito", disse Spinosa. "Vamos voltar sem as tarjas no sábado (quando desfilam as cinco primeiras colocadas) e vou deixar claro que a última palavra é minha."
Spinosa argumenta que a suástica não faz apologia ao nazismo, mas representa uma das previsões de Nostradamus, de que um anticristo surgiria na Alemanha.
LEIA MAIS na págs. 4-4 e 4-5


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