São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002 |
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PROFISSIONAL Peão treina 8 horas por dia para ser competitivo
DA REDAÇÃO, EM RIBEIRÃO Os atletas de rodeio estão adotando uma rotina de treinos destinada ao preparo físico e ao aperfeiçoamento técnico para acompanhar a profissionalização do esporte. Para atingir essa meta, os competidores treinam cerca de oito horas por dia em atividades que mesclam montarias (em cavalo e em touro) e exercícios específicos de fortalecimento muscular. O fisioterapeuta Nivaldo Baldo, que trabalha com a preparação dos competidores de montaria em touro há dez anos, declara que é necessário fazer um trabalho de contenção muscular e ter resistência. "É um grande esforço físico em um tempo muito curto. Não é possível comparar com outro esporte, mas é como se um atleta disputasse uma corrida de 100 metros com obstáculo e tivesse alguém empurrando com uma pressão de cinco toneladas", diz. Segundo Baldo, a preparação do atleta é baseada em montarias, corridas com "cinta elástica" e exercícios de equilíbrio, arranque e explosão muscular. "É preciso trabalhar a cintura, o pescoço e o centro de gravidade. A montaria tem que ser diária e para reforçar têm os exercícios na piscina, onde o peão é preso a uma cinta elástica e tem que ficar em cima de um tambor enquanto recebe trancos." Para o bicampeão mundial Adriano Moraes, o peão que pretende viver de rodeio precisa ter pensamento profissional e dedicação exclusiva. "Montaria é um esporte radical. Por isso, é preciso montar todos os dias. Se ficar um dia sem treino, o peão perde o controle sobre o animal." Outra forma encontrada para melhorar a qualidade da formação dos peões foi a formação de associações, que promovem cursos de treinamento. Segundo Deusicler Rodrigues Damaceno, o Meio Quilo, responsável pela associação da montaria em touro, é preciso estar preparado para disputar um rodeio. "Antes, os peões saíam direto da fazenda. Hoje, é impensável." Associações Os competidores de montarias -em touro e em cavalo-estão se organizando em associações para garantir a representatividade da categoria. A associação de montaria em touro, que existe há cerca de um ano, conta com 75 participantes e discute de premiação a redução de custos. "Na arena, estamos orientando o pessoal a usar os equipamentos de segurança e criando um fundo para ajudar os peões que se machucam. Será um seguro para ajudar no período em que ele estiver parado", afirma Deusicler Rodrigues Damaceno, o Meio Quilo, responsável pela associação. Na montaria em cavalo, estilo bareback, a associação foi criada há cerca de dois meses, mas já possui um tropa própria e com 50 participantes. "Estamos montando uma estrutura para possibilitar o treinamento e o aperfeiçoamento dos competidores. Caso contrário, o esporte acabará", diz Eduardo de Mello, o Ringo, diretor da associação. Texto Anterior: Legislação: Festa de Barretos entra na era do atleta profissional Próximo Texto: Competição: Rodeio terá premiação recorde e estrangeiros Índice |
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