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Cuidados evitam que a declaração fique na malha
Informações precisas impedem que declaração seja retida pelas garras do leão
DA REPORTAGEM LOCAL
A cada ano, a Receita aprimora seus mecanismos para detectar eventuais tentativas de
fraude por parte de contribuintes que gostam de desafiar o
leão na hora de declarar.
Se você está fazendo a declaração deste ano, lembre-se de
que o fisco dispõe de uma arma
"poderosa" nessa batalha: o valor resultante de fraudes (restituição maior ou menor saldo a
pagar) será punido com multas
de 75% ou 150%. Isso mostra que a Receita decidiu avançar pesado no
bolso do contribuinte.
Quando recebe as declarações, a Receita submete-as à
chamada malha fina -a revisão
eletrônica dos dados. Nesse
processo, cada informação dada pelo contribuinte é verificada e cruzada com as informações disponíveis nos sistemas
da Receita.
No ano passado, 1 milhão de
contribuintes ficaram presos
na malha fina -em 2008, foram 361,4 mil; em 2007, 479,7
mil; em 2006, 746 mil. Como se
nota, o número, que vinha caindo, voltou a crescer. Muitas
dessas declarações ainda continuam retidas na malha fina.
Assim, tenha em mente o seguinte: a malha fina não é um
sistema aleatório, que escolhe
"x" declarações, por exemplo, a
cada cem que são processadas.
A Receita trabalha com o cruzamento de informações e com
parâmetros.
O cruzamento das diversas
informações consiste na checagem dos dados existentes nos
cadastros da Receita com os de
outros órgãos, tanto do governo federal como de governos
estaduais e municipais. O objetivo é verificar se os rendimentos pagos e informados por esses órgãos estão sendo declarados corretamente.
Os parâmetros são definidos
anualmente pela Receita com o
objetivo de apanhar os contribuintes que lançam mão de artifícios com a intenção deliberada de sonegar.
Aperfeiçoamento
Esses parâmetros são decididos somente depois que as declarações são entregues. Assim,
eles são usados a partir do momento em que começa o processamento das declarações. E
mais: além de não divulgá-los,
para não dar chance aos "espertos", alguns são mudados ou
"aperfeiçoados" a cada ano.
Para evitar que a declaração
fique presa na malha fina, o
contribuinte deve adotar alguns cuidados. O primeiro deles é não omitir nenhuma fonte
de renda (como salário, aposentadoria, aluguel etc.). Deixar de declarar uma (ou mais de
uma) renda -o que a Receita
chama de "omissão de receita"- é o golpe mais comum que
muita gente tenta aplicar.
Mas o golpe é facilmente descoberto quando há o cruzamento das rendas declaradas
com os dados recebidos das
fontes pagadoras. É que o
"DNA" do contribuinte -seu
CPF- está registrado nos computadores da Receita e é "cruzado" com o fornecido pelas
fontes pagadoras por meio da
Dirf. Recebeu e não declarou?
É malha fina na certa.
Deixar de informar recebimento de aluguel também é
uma estratégia muito usada por
quem quer sonegar. Mas descobrir essa fraude não é difícil,
uma vez que quem paga aluguel
tem de declarar o valor, mesmo
não resultando em abatimento.
Com o CPF informado pelo inquilino, fica fácil saber se o contribuinte que recebeu o aluguel
declarou o valor ou não.
Outro golpe que também deixa a declaração retida na malha
é não informar a renda de dependentes. Só que, se a fonte
pagadora (a empresa em que o
dependente trabalha) informa
o pagamento na Dirf -e ela é
obrigada a isso-, a Receita cruza os dados e descobre o golpe.
Declarações que apresentam
erros de informação (valor declarado diferente do informado
pela fonte pagadora, por exemplo), as com excesso de despesas dedutíveis (muitas despesas médicas, muitos dependentes etc.) e as com aumento de
patrimônio incompatível com a
renda também têm grandes
chances de ficarem retidas.
(MC)
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