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Conheça os argumentos dos dois lados que se opõem no referendo e leia artigos sobre
o voto "não" e "sim"
1 - NÃO!
Defensores do voto "não" citam direito à legítima defesa e afirmam que os bandidos agirão mais seguros porque as vítimas não terão como se proteger
Uma medida
inócua no
combate à criminalidade,
que cerceará
um direito individual e desarmará só os
"cidadãos de bem". A defesa dessas teses está no centro da argumentação da frente parlamentar
Pelo Direito da Legítima Defesa e
de seus apoiadores -contrários
à proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil.
Para o grupo, estará em jogo no
referendo de 23 de outubro a perda de uma garantia constitucional. Afirmam que o direito à legítima defesa será prejudicado caso
a população seja impedida de
comprar armas legalmente -já
que os criminosos continuarão a
obtê-las por vias ilegais.
Nesse quadro, afirmam os defensores do voto pelo "não", os
bandidos sentiriam-se livres para
cometer seus delitos, pois teriam a
certeza de que ninguém reagiria.
Por isso, o grupo diz que a discussão sobre o "desarmamento"
embute uma concepção equivocada. Uma vez que só o comércio
legal de armas será desativado em
caso de vitória do "sim", as armas
que circulam ilegalmente seguirão nas ruas e, portanto, o referendo não terá condição de promover, de fato, o desarmamento.
A incapacidade de o Estado garantir a segurança -refletida nos
altos índices de criminalidade do
país- também é argumento do
grupo. Segundo seus membros, se
o Estado não pode protegê-los, é
justo que os cidadãos comuns
possam ter arma para garantir
sua segurança e a de suas famílias.
"É um direito do cidadão que
está sendo retirado. Hoje é o direito à legítima defesa. Amanhã, pode ser um outro direito", diz o deputado federal Alberto Fraga
(PFL-DF), presidente da frente.
Além disso, a possível decisão
pelo veto ao comércio no referendo é vista pela frente como um fator que contribuirá para aumentar ainda mais o contrabando.
O próprio Estatuto do Desarmamento, em vigor desde dezembro de 2003, é citado. Segundo a
frente, as inúmeras restrições que
ele impõe ao registro e ao porte
são garantias de que só pessoas
capacitadas para o manuseio de
armas de fogo terão acesso a elas.
Existe também, por parte dos
membros do grupo, a preocupação de que haja uma espécie de
privatização da segurança pública
caso o comércio de armas seja
mesmo proibido. Isso porque
apenas quem puder contratar seguranças particulares poderá
contar com uma defesa armada.
Outra idéia combatida pela
frente é a de que quem optar pelo
"não" é a favor de que todo mundo se arme. "Não vamos defender
que cada cidadão ande armado. É
o mínimo direito do cidadão que
a gente quer assegurar", diz o deputado federal Luiz Antonio
Fleury Filho (PTB-SP), vice-presidente da frente.
(VICTOR RAMOS)
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