da Agência Folha, em Olinda (PE)

O bloco Bacalhau do Batata, criado há 37 anos pelo garçom Isaías Pereira da Silva, o Batata, promete manter Olinda em ritmo de Carnaval nesta Quarta-Feira de Cinzas.
O desfile, marcado para começar às 8h, só deve ter início às 10h. O atraso já faz parte da tradição do bloco, que inclui ainda servir um café da manhã composto basicamente por munguzá (canjica) aos foliões que estiverem no local.
Este ano, o Bacalhau do Batata, que tem um estandarte de 30 quilos confeccionado com um bacalhau e vários tipos de legumes pendurados, deverá ser acompanhado por uma orquestra de frevo com cerca de 30 integrantes.
O bloco foi criado com o objetivo de proporcionar um dia de folia às pessoas que trabalham durante o Carnaval. Batata morreu há cinco anos, mas a tradição foi mantida e ampliada com o tempo.
Além do Bacalhau, pelo menos outros 14 grupos deverão desfilar hoje em Olinda. Os mais famosos são o Bicho Maluco Beleza, do cantor Alceu Valença, e o Coco da Ressaca, da cantora Selma do Coco.
Dona Selma, 63, é a "musa" do movimento Mangue Beat e vai colocar seu bloco nas ruas às 21h, pelo oitavo ano consecutivo. A novidade, hoje, será a presença de um boneco gigante com suas feições.
Os desfiles de quarta já se tornaram tradição no Carnaval de Olinda, que tem na criatividade dos foliões outra marca registrada.
Ontem, no centro histórico, sósias do padre Marcelo Rossi e de Mahatma Ghandi dançaram ao som do frevo, enquanto um "clone" do Máscara, personagem do cinema interpretado por Jim Carrey, circulava nas ruas com uma sombrinha colorida.
Em Recife, no pátio do Terço, a madrugada foi dos afoxés e maracatus. Pela primeira vez em mais de cem anos de evento, eles realizaram uma cerimônia conjunta na Noite dos Tambores Silenciosos.


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