Preocupação está na preservação do ambiente e no produto final

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem se interessa pela área rural e, ao mesmo tempo, tem preocupações ambientais e sociais pode direcionar os estudos para a agroecologia.
Nela, os profissionais estão comprometidos com os interesses dos pequenos produtores, com a produção de alimentos mais saudáveis -como os orgânicos- e com a preservação ambiental.
Eles buscam, também, formas de evitar a dependência em relação a produtos importados, como fertilizantes e agrotóxicos, promovendo a integração entre fazendas vizinhas.
"A idéia é que propriedades de uma mesma região diversifiquem plantações e criações, comercializem seus produtos de forma cooperativa, sem esquecer a importância do abastecimento local", explica o professor Rodrigo Pinto da Matta Machado, 49, do departamento de biologia geral do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Para ele, este é o melhor caminho para frear o êxodo rural no Brasil.

Graduação
Qualquer um dos cursos das ciências agrárias -agronomia, engenharia agrícola, medicina veterinária, zootecnia- é boa opção para quem quer atuar como agroecólogo. Só é preciso verificar se a faculdade em que se pretende estudar dá ênfase ao assunto. Segundo Machado, o conteúdo de agroecologia está aumentando nos currículos dos cursos, mas ainda é pequeno em relação ao modelo convencional. A UFV (Universidade Federal de Viçosa) e o curso de agronomia da UFMG, em Montes Claros, são exemplos dos que já destacam o tema.
O campo de trabalho concentra-se no terceiro setor, em universidades e em órgãos públicos, como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Alimento mais natural
Enquanto a agroecologia fornece as bases para o desenvolvimento rural totalmente sustentável, a principal preocupação dos produtores de orgânicos é o cultivo de alimentos sem fertilizantes e agrotóxicos.
A estimativa do Ministério da Agricultura é que o Brasil tenha uma área cultivada de 800 mil hectares com agropecuária orgânica e cerca de 15 mil produtores. E a tendência aponta expansão, de acordo com Moacir Darolt, 40, pesquisador do IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná). "Hoje, a maior parte do que produzimos é exportado, o que abre a possibilidade de exploração do mercado interno", explica Darolt.
Nesse campo, as melhores oportunidades para os agroecólogos estão no trabalho de conversão de propriedades rurais convencionais para orgânicas e no processo de certificação de produtos -o que significa acompanhar e fiscalizar toda a produção. (FN)


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