São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

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Pan - Rio 2007

Havana - 1991

Fidel Castro faz seu discurso mais curto ao abrir o Pan e se dobra ao talento de Paula e Hortência, campeãs no basquete; com Luisa Parente, Brasil conquista as primeiras medalhas de ouro na ginástica

DA REPORTAGEM LOCAL

"Distintos convidados, atletas e compatriotas: declaro inaugurados os 11º Jogos Pan-Americanos. Muito obrigado." Dessa maneira bem sintética, Fidel Castro, conhecido pelos longos discursos, deu início aos Jogos de Havana.
Mesmo após a queda dos regimes comunistas do Leste Europeu, as tensões entre EUA e Cuba se mantinham altas. E foi a disputa dos dois pelo primeiro lugar no quadro de medalhas a principal atração do Pan. Os norte-americanos não puderam contar com várias estrelas, reticentes em competir na ilha de Fidel.
Outros preferiram armar verdadeira operação de guerra para participar.
A seleção masculina de basquete se concentrava e treinava na Flórida e viajava de avião nos dias de jogo. A estratégia não deu resultado, e Havana viu surpreendente final, em que Porto Rico bateu o México.
Como consolo, os EUA ganharam seu primeiro ouro no futebol _bateram o México (2 a 1). A decisão nem foi tão surpreendente, já que os sul-americanos boicotaram o torneio.
Com suas maiores estrelas, Cuba impôs humilhante derrota aos EUA no atletismo: 18 ouros a 9. Brasil e México, com seis títulos cada, tiraram a chance de os norte-americanos abocanharem mais pódios. Cuba somou pontos importantes com triunfos na canoagem (dez campeões em 13 disputas) e levantamento de peso (29 títulos em 30 possíveis).
Os EUA esperavam compensar a diferença na natação. Mas levaram só 24 dos 32 títulos da modalidade _pretendiam 28.
Perderam comendas importantes para Canadá (19 medalhas) e Brasil (nove). Cuba, por sua vez, viu o primeiro triunfo de um nadador local, Mario Gonzalez , nos 200 m peito. Mesmo assim, os EUA ultrapassaram os anfitriões no total de ouros (123 a 120) a dois dias do fim do evento.
Mas aí vieram as finais do boxe, na qual os cubanos foram campeões em 11 das 12 categorias, e as decisões no vôlei, com ouros dos anfitriões sobre os brasileiros, e a virada na reta final dos Jogos.
O Brasil teve razões para festejar em Havana. No basquete feminino, o time quebrou invencibilidade de 42 jogos dos EUA e, na final, superou Cuba. Era o primeiro passo para a geração de Paula e Hortência, já com Janeth, consagrar-se, três anos depois, campeã mundial.
Na ginástica, Luisa Parente trouxe os primeiros ouros ao país, no salto sobre o cavalo e nas barras assimétricas. A colheita também foi boa em tênis de mesa, judô e vela.


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