São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Av. Independência concentra balada hoje

Nos anos 90, Presidente Vargas, Treze de Maio e Nove de Julho se revezaram no título de "point" dos bares da moçada

Migração dos lugares da moda se deve à dinâmica do mercado, segundo o presidente do sindicato dos bares e restaurantes


DA FOLHA RIBEIRÃO

A Presidente Vargas já abrigou a balada de Ribeirão Preto nos anos 90, com Chopp Loko, Willy, West Club, The Bar... A Treze de Maio também já foi um dos points da cidade, assim como a Nove de Julho. Mas, hoje, a avenida que concentra os bares da moçada é a Independência, no trecho acima da Nove de Julho.
Mais que o fechamento de bares, a cidade viveu nos últimos anos uma autêntica migração de regiões que abrigam os estabelecimentos, reflexo dos incrementos no setor de serviços, como transporte, o surgimento de novas vias e a valorização imobiliária.
Hoje, a Independência tem 12 opções para jantar e/ou curtir uma boa balada, o que não existia na década passada. Entre as variadas opções estão a Água Doce Cachaçaria, Jordiano, Paiol, Cervejarium, Chopp Time Street e S.A. Outra região que se destaca é o Boulevard.
Nos anos 90, quando a Treze de Maio e o Jardim Paulista concentraram os bares, já havia a formação de um núcleo na Presidente Vargas, que reinou até o início desta década.
Hoje, a Presidente Vargas segue com vida noturna, mas a vocação mudou. Saíram casas que funcionavam até as 4h ou as 5h e ficaram, em sua maioria, barzinhos e restaurantes, como Rancho Grill Choperia, Na Onda do Peixe, Churrascaria Ribeirão, Picanha e Cia, Picanha Fatiada e Recanto da Picanha.
"Ocorre essa migração porque é um fluxo do mercado. A localização influi muito no tipo de estabelecimento que você quer montar e no público que deseja atingir. Como o mercado é dinâmico, acompanha a evolução", disse Carlos Frederico Marques, presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Ribeirão.
Baladeiro desde os 15 anos, o investidor imobiliário Álvaro Elmor, 35, disse que "migrou" várias vezes na vida. "Quando você é novo, tudo também é muito novo, então você quer conhecer tudo, não tem ainda um perfil. A partir do momento em que vai ficando mais velho, vai procurando outras coisas, é natural", afirmou Elmor.
Até os 20, ele freqüentava praticamente apenas boates. Após essa idade, começou a optar mais por bares e lounges.
"Tudo faz parte de uma renovação. Um bom exemplo da migração são as boates, que seguem bem a moda. Depende do tipo de música, da decoração, além de ser voltada para um público mais jovem, que quer sempre novidade. E tudo isso muda rápido", disse Marques.

Túnel do tempo
Na década de 80, as boates se espalhavam pela cidade -Chatanooga, Zoom e Shunshine são três exemplos.
Uma década depois, os fãs do bate-estaca passaram a ter a Downtown e a Spacatto.
Já no final dos anos 90, a Life, na Presidente Vargas -onde antes já tinha funcionado o Café Cancun, hoje no Novo Shopping- era um dos points preferidos da moçada, que depois migrou para o Royal Park, para curtir a Paparazzi.
De lá, a balada foi para a avenida José Adolfo Bianco Molina, na Dot Club, que fechou há cinco anos, até completar a viagem dos 152 anos de Ribeirão estacionando em pontos como Vila Dionísio e Zucker. (FERNANDA CICILLINI e MARCELO TOLEDO)


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