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SÃO PAULO
Com sargento Cuca, equipe perde a pose e põe a canela
Um time sem a classe de outros tempos, mas recheado de vigor físico. O São
Paulo de 2004 troca o jeito pela
força. Não terá mais a pose do ano
passado, em que desfilava craques
como Kaká e Ricardinho, mas
exibirá atletas com reputação de
raçudos e um técnico com currículo de linha dura.
No Paulista-04, o time capitaneado por Cuca, que estréia amanhã, contra a Ponte Preta, no Morumbi, começa a ser testado para
o seu grande desafio do ano: a Taça Libertadores, competição que
o clube volta a disputar depois de
dez anos de ausência.
Na filosofia do treinador curitibano, a disciplina quase militar
tomou o lugar da sutileza de seus
antecessores Oswaldo de Oliveira
e Roberto Rojas, que cultivaram o
estilo "paizão" em suas passagens
pelo comando são-paulino.
Cuca, seguidor do famoso livro
"A Arte da Guerra", do filósofo
chinês Sun Tzu, chegou ao clube
defendendo um enfrentamento
com os "gringos" -basicamente
argentinos e uruguaios, no ano
em que o clube retorna à Libertadores-, postura bem diferente
da adotada pelo refinado Oliveira,
que adorava falar sobre sua paixão pela música clássica, e do chileno Rojas, que, sem alarde, cobrava "alma" ao time.
"A primeira expectativa de um
técnico é montar um grupo. Depois, um time de futebol", afirma
o técnico são-paulino, exaltando a
disciplina. "É a coisa mais bonita
que existe", diz, com orgulho.
Logo que assumiu, Cuca aproveitou para explicar aos pupilos o
regulamento de todas as competições que o clube disputará. "Todos têm de saber o que vamos encarar neste ano", cobra.
Segundo ele, a prioridade é a Libertadores, mas o Paulista tem
importância estratégica para um
bom desempenho no torneio
continental. "Temos de jogar o
Paulista para ganhar. Se for bem
numa competição, é provável que
vá bem na outra", acredita.
A nova filosofia são-paulina reflete o desejo dos dirigentes em
enterrar a fama de "pipoqueiro"
do time perante seus torcedores.
Não à toa, o diretor de futebol
do clube, Juvenal Juvêncio, disse
que só jogariam no São Paulo
atletas que colocassem a "canela"
(em divididas). Era uma indireta
para Ricardinho, que deixou o
clube na semana passada, mas
mirava também os que ficaram.
"Hoje, o jogo é prático, objetivo.
O cuidado com a preparação física é muito importante. Queremos
atletas na acepção da palavra. E
nossos jogadores são fortes,
aguerridos", diz Juvêncio, sobre o
time montado para este ano.
"Todo mundo sabe que eu ponho a perna, vou para a dividida.
Isso não foi para mim", afirma o
atacante Luis Fabiano que, com a
saída de Ricardinho, dividirá com
o goleiro Rogério o status de principal estrela do time em 2004.
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