São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2001

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Marsilac melhora, mas lidera o ranking do analfabetismo

MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Marsilac, na zona sul, é o distrito da cidade de São Paulo com a maior taxa de analfabetismo, segundo dados do Censo 2000, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No distrito, o índice de analfabetismo é de 15,3%, quase o dobro do índice geral da cidade, de 8% .
Dos 7.364 moradores de Marsilac com mais de cinco anos de idade, 1.130 são analfabetos, de acordo com o censo. Em segundo lugar, aparecem Parelheiros e Jardim Ângela, também na zona sul, com 13,4%.
Em toda a cidade de São Paulo, dos 9,5 milhões de habitantes maiores de cinco anos, 763 mil são analfabetos. A taxa de alfabetização na cidade, comparando com o censo de 91, cresceu 3,47%.
Para a coordenadora do Programa de Educação de Jovens e Adultos do Instituto Paulo Freire, Sonia Couto, o índice em São Paulo é muito alto para uma cidade com condições de resolver o problema do analfabetismo.
Apesar de Marsilac, Parelheiros e Jardim Ângela estarem localizados na zona sul, a maioria dos distritos com altos índices de analfabetismo concentra-se na região leste. Para Sônia, o fato se explica pela área concentrar grande quantidade de imigrantes do Nordeste, onde as taxas de analfabetismo são muito elevadas.
Mesmo ainda apresentando os maiores índices de analfabetismo de São Paulo, alguns distritos tiveram avanços significativos na redução do problema. Em Marsilac, por exemplo, a taxa de alfabetização cresceu 10,39% desde 1991. Em Lajeado, na zona sul, o índice cresceu 7,29%.
Para Sônia, esse quadro é resultante de programas de alfabetização de adultos como os implantados por Paulo Freire em 1989, quando ele estava à frente da secretaria municipal da Educação.
A zona oeste tem apenas três distritos com índices de analfabetismo acima da média da cidade: Jaguaré (9,3%), Raposo Tavares (9,5%) e Rio Pequeno (8,3%).

Escolaridade
A zona sul concentra os maiores percentuais de baixa escolaridade entre os chefes de família de São Paulo, com algumas exceções.
Em Marsilac, a taxa de chefes de família sem instrução ou com menos de um ano de estudo é de 19% (a maior da cidade). No outro extremo, o distrito com melhores índices de escolaridade é Moema -60% dos chefes de família têm 15 anos de estudo ou mais.
A escolaridade também é alta entre os chefes de família nas regiões mais nobres de São Paulo: Jardim Paulista (59%), Pinheiros (52%) e Itaim Bibi (52%).
Já na periferia, as taxas de baixa escolaridade se destacam. Em Parelheiros, 12% dos chefes de família não têm instrução ou estudaram por menos de um ano. No Jardim Ângela, o índice é de 11%.


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