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Marsilac melhora, mas lidera o ranking do analfabetismo
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Marsilac, na zona sul, é o distrito
da cidade de São Paulo com a
maior taxa de analfabetismo, segundo dados do Censo 2000, divulgados pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). No distrito, o índice de analfabetismo é de 15,3%, quase o dobro
do índice geral da cidade, de 8% .
Dos 7.364 moradores de Marsilac com mais de cinco anos de
idade, 1.130 são analfabetos, de
acordo com o censo. Em segundo
lugar, aparecem Parelheiros e Jardim Ângela, também na zona sul,
com 13,4%.
Em toda a cidade de São Paulo,
dos 9,5 milhões de habitantes
maiores de cinco anos, 763 mil
são analfabetos. A taxa de alfabetização na cidade, comparando
com o censo de 91, cresceu 3,47%.
Para a coordenadora do Programa de Educação de Jovens e Adultos do Instituto Paulo Freire, Sonia Couto, o índice em São Paulo
é muito alto para uma cidade com
condições de resolver o problema
do analfabetismo.
Apesar de Marsilac, Parelheiros
e Jardim Ângela estarem localizados na zona sul, a maioria dos distritos com altos índices de analfabetismo concentra-se na região
leste. Para Sônia, o fato se explica
pela área concentrar grande
quantidade de imigrantes do
Nordeste, onde as taxas de analfabetismo são muito elevadas.
Mesmo ainda apresentando os
maiores índices de analfabetismo
de São Paulo, alguns distritos tiveram avanços significativos na redução do problema. Em Marsilac,
por exemplo, a taxa de alfabetização cresceu 10,39% desde 1991.
Em Lajeado, na zona sul, o índice
cresceu 7,29%.
Para Sônia, esse quadro é resultante de programas de alfabetização de adultos como os implantados por Paulo Freire em 1989,
quando ele estava à frente da secretaria municipal da Educação.
A zona oeste tem apenas três
distritos com índices de analfabetismo acima da média da cidade:
Jaguaré (9,3%), Raposo Tavares
(9,5%) e Rio Pequeno (8,3%).
Escolaridade
A zona sul concentra os maiores
percentuais de baixa escolaridade
entre os chefes de família de São
Paulo, com algumas exceções.
Em Marsilac, a taxa de chefes de
família sem instrução ou com menos de um ano de estudo é de 19%
(a maior da cidade). No outro extremo, o distrito com melhores
índices de escolaridade é Moema
-60% dos chefes de família têm
15 anos de estudo ou mais.
A escolaridade também é alta
entre os chefes de família nas regiões mais nobres de São Paulo:
Jardim Paulista (59%), Pinheiros
(52%) e Itaim Bibi (52%).
Já na periferia, as taxas de baixa
escolaridade se destacam. Em Parelheiros, 12% dos chefes de família não têm instrução ou estudaram por menos de um ano. No
Jardim Ângela, o índice é de 11%.
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