Em discurso duro sobre a herança de Bush, presidente anuncia "nova era de responsabilidade"

Brian Snyder/Reuters

Ao lado de sua família e diante do presidente da Suprema Corte, John Roberts, Barack Obama presta juramento ao assumir a Presidência dos EUA, ontem à tarde, em Washington

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Um discurso duro para tempos difíceis. Uma fala sóbria, mas esperançosa. Assim pode ser resumido o texto inaugural lido por Barack Hussein Obama, 47, momentos depois de tomar posse como o 44º presidente dos Estados Unidos, o quarto mais jovem e o primeiro negro da história do país, no começo da tarde fria do inverno de Washington.
"Digo a vocês hoje que os desafios que enfrentamos são reais. São graves e muitos. Não serão enfrentados facilmente nem num período de tempo curto. Mas saiba, América: serão enfrentados", disse Obama, para pedir: "Começando hoje, precisamos nos reerguer e começar o trabalho de reconstruir a América".
Observado silenciosa mas atentamente por uma multidão que atingiu 1,8 milhão de pessoas, concentradas no passeio que se espalha do terraço da sede do Legislativo dos EUA até o memorial a Abraham Lincoln, ele prometeu voltar a liderar o mundo.
"O que se exige de nós agora é uma nova era de responsabilidade, o reconhecimento, de parte de cada americano, de que temos deveres para conosco, para com nosso país e para com o mundo", disse o democrata, que assume após oito anos da Era Bush, em que a imagem dos EUA no mundo foi conspurcada, os direitos civis retrocederam e a economia entrou em sua pior crise em décadas. "Rejeitamos como falsa a opção entre nossa segurança e nossos ideais", disse o ex-senador por Illinois, referindo-se ao corolário bushista, para concluir: as pessoas estavam ali porque o país optou "pela esperança em lugar do medo".


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