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São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2010

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brasília, 50

Sérgio Lima/Folha Imagem
Pedreiro trabalha na reforma da praça dos Três Poderes

BRASÍLIA completa meio século hoje, resumindo em sua breve trajetória os descaminhos do país que buscou idealizar. Nascida da leitura modernista do ímpeto de Juscelino Kubitschek por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, a capital acumula problemas decorrentes de sua urbanização utópica. Sítio arqueológico de um Brasil projetado ao futuro, viu a expansão da fronteira decorrer mais de imposições econômicas do que da presença do centro de poder no proverbial "meio do nada", e o isolamento favoreceu a cristalização de traços autoritários e patrimonialistas. A evolução política acompanhou o caráter anômalo, algo artificial, do espírito brasiliense. Significativamente, a capital chega aos 50 anos imersa em uma crise sem precedentes, com um governador cassado que acaba de sair da prisão e sob o risco de intervenção. A degradação política mancha o orgulho local pela incomparável qualidade de vida, cheia de desigualdades. Fato consumado, Brasília obriga o Brasil a se encarar: é o espelho do país.


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