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Fraga prefere desvalorização
a dolarização
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA ENVIADA A MONTEVIDÉU
O presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, disse ontem que faz uma "pequena torcida" para que a
Argentina caminhe para a
desvalorização do peso.
Para ele, a desvalorização
seria uma boa opção para o
Brasil e para o país vizinho
porque permitiria a retomada do crescimento da economia argentina -pelo menos
no médio prazo- e abriria
espaço para discutir, no futuro, a criação de uma moeda comum no Mercosul.
"Existem várias possibilidades no curto prazo que
vão de um extremo [dolarização" a outro [desvalorização". Eles podem escolher
uma coisa no meio do caminho", afirmou. Fraga disse
ainda que "a grande torcida"
é para que a Argentina retome o crescimento.
O presidente do BC disse
não acreditar em calote por
parte de empresas argentinas que devem a exportadores brasileiros. "Minha expectativa é que, se acontecer
alguma coisa, vai ser da família do atraso, e não algo
mais grave."
Fraga adiantou que o governo não deverá recorrer a
um empréstimo adicional
do FMI (Fundo Monetário
Internacional). Segundo ele,
não há intenção de sacar
nem os US$ 11 bilhões à disposição do país pelo atual
acordo com o FMI.
Malan
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, fez ontem uma
enfática defesa do regime de
câmbio flutuante brasileiro
durante entrevista coletiva
em Montevidéu. Segundo o
ministro, o sistema provou
ser o ideal, mas ele evitou fazer comentários sobre que
regime a Argentina deveria
adotar. No entanto, ele afirmou que o Brasil não desistiu do projeto de ter uma
moeda comum no bloco.
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