São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2001

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Fraga prefere desvalorização a dolarização

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA ENVIADA A MONTEVIDÉU

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem que faz uma "pequena torcida" para que a Argentina caminhe para a desvalorização do peso.
Para ele, a desvalorização seria uma boa opção para o Brasil e para o país vizinho porque permitiria a retomada do crescimento da economia argentina -pelo menos no médio prazo- e abriria espaço para discutir, no futuro, a criação de uma moeda comum no Mercosul.
"Existem várias possibilidades no curto prazo que vão de um extremo [dolarização" a outro [desvalorização". Eles podem escolher uma coisa no meio do caminho", afirmou. Fraga disse ainda que "a grande torcida" é para que a Argentina retome o crescimento.
O presidente do BC disse não acreditar em calote por parte de empresas argentinas que devem a exportadores brasileiros. "Minha expectativa é que, se acontecer alguma coisa, vai ser da família do atraso, e não algo mais grave."
Fraga adiantou que o governo não deverá recorrer a um empréstimo adicional do FMI (Fundo Monetário Internacional). Segundo ele, não há intenção de sacar nem os US$ 11 bilhões à disposição do país pelo atual acordo com o FMI.

Malan
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, fez ontem uma enfática defesa do regime de câmbio flutuante brasileiro durante entrevista coletiva em Montevidéu. Segundo o ministro, o sistema provou ser o ideal, mas ele evitou fazer comentários sobre que regime a Argentina deveria adotar. No entanto, ele afirmou que o Brasil não desistiu do projeto de ter uma moeda comum no bloco.



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